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Diretor de "John Carter" faz estreia arriscada fora da animação

Taylor Kitsch e Lynn Collins e cena do filme "John Carter", de Andrew Stanton - Divulgação
Taylor Kitsch e Lynn Collins e cena do filme "John Carter", de Andrew Stanton Imagem: Divulgação

Jordan Riefe

Los Angeles

07/03/2012 18h10

Quando criança, Andrew Stanton se apaixonou pelas aventuras espaciais do herói John Carter, personagem dos livros de Edgar Rice. Stanton fez uma carreira de sucesso como diretor de animações da Pixar, entre elas "Procurando Nemo" e "Wall-E". Mas ele nunca esqueceu o ídolo da infância, e o faturamento de 1,4 bilhão de dólares dos seus trabalhos anteriores lhe permitiu dirigir "John Carter: Entre Dois Mundos", seu primeiro filme com atores reais, que estreia na sexta-feira nos EUA.

Há meses o filme é cercado por rumores negativos envolvendo seu custo elevado - 250 milhões de dólares, segundo os produtores, ou até mais, de acordo com outras versões. E, quando um filme caro e dirigido por uma grife fracassa, isso pode arrasar carreiras em Hollywood. Stanton sabe disso, mas sorri.

"Cada filme do qual participei teve um orçamento enorme, com o mundo todo observando", disse o cineasta à Reuters. "Isso não é tão diferente, talvez, de as pessoas apostarem mais contra mim por causa da esquisitice de eu ter de repente deixado a Pixar."

Stanton trabalhou na então modesta Pixar em seus primórdios, antes de ela ser comprada pela Disney. Com filmes como "Toy Story" (1995), a Pixar revolucionou o cinema de animação, chamando consultores renomados para afinarem seus filmes, e dando aos diretores liberdade para acatar ou não os palpites.

Nos filmes de animação, os responsáveis geralmente planejam cada momento do filme, e Stanton, ganhador de dois Oscars, logo percebeu que numa produção com atores tudo é mais rápido e fluido. Ele admite que penou para fazer a transição.

"Fiquei tentando aplicar minha mentalidade de superplanejamento da Pixar", riu ele. "Dava para ver que aquilo simplesmente não caía bem para as pessoas. (Os filmes com atores) parecem atrair um pensamento mais de 'a gente conserta no caminho', mais voltado para resolver emergências."