Rodrigo Santoro encarna polêmico ídolo do Botafogo dos anos 1940 em "Heleno"
Uma das maiores lendas do futebol brasileiro e o maior ídolo do Botafogo antes de Garrincha, Heleno de Freitas (1920-1959), é o personagem central do drama "Heleno", de José Henrique Fonseca, que estreia nesta sexta (30).
O filme já percorreu festivais internacionais, colhendo um prêmio de melhor ator no Festival de Havana 2011 para Rodrigo Santoro, que perdeu 12 quilos e treinou com o ex-jogador Cláudio Adão para entrar na pele de Heleno.
ESTREIA COMO PRODUTOR
Produzindo um filme pela primeira vez, Rodrigo Santoro conta que a experiência foi exaustiva, mas expandiu seu olhar. O ator também fala sobre o que o atraiu na história e como foi trabalhar com Alinne Moares.
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A proposta do diretor José Henrique Fonseca (de "O Homem do Ano") é ousada já que, assumidamente, não procura realizar um filme sobre futebol. Recorrendo a uma bela fotografia em preto e branco - do premiado Walter Carvalho -, "Heleno" mostra um personagem trágico, que flertou com a fama e a glória mas tinha encontro marcado com a queda.
De origem abastada, filho de um industrial e proprietário de cafezal, o mineiro Heleno era formado em Direito e tinha hábitos refinados. Mas sua paixão maior era o futebol, entrando para o time do Botafogo em 1937. Ali ficou até 1948, firmando um impressionante recorde de 209 gols em 235 partidas.
Craque dentro de campo, Heleno era de trato difícil. Perfeccionista e briguento, tinha poucos amigos, como o colega Alberto (Erom Cordeiro) e, até certa altura, o dono do time, Carlito Rocha (Othon Bastos).
Fora do clube, o atleta nunca abriu mão de uma vida boêmia intensa. Vivia no Copacabana Palace, mergulhado em champanhe e vícios como éter e lança-perfume. As mulheres ocupavam muito do seu tempo, com casos rumorosos, simbolizados no filme pela cantora Diamantina (a atriz colombiana Angie Cepeda, de "Pantaleão e as Visitadoras").
Por tudo isso, na glória de Heleno já se enxerga o caminho da decadência, que não tardou em vir pelo caminho, com uma sífilis que causou loucura progressiva.
Antes disso, o craque, que também vestiu a camisa da seleção, ainda passou pelo Boca Juniors, o Vasco (onde obteve seu único título estadual, em 1949), o Atlético Junior de Barranquilla, o Santos e o América, onde encerrou tristemente a carreira.
Seu único filho, tido com a mulher, Silvia (Alinne Moraes), nem o conheceu, já que a mãe, com medo dos acessos do marido, abandonou-o quando o menino tinha um ano.
A interpretação de Rodrigo Santoro é particularmente comovente no segmento final, quando o jogador, extremamente fragilizado, encontra-se internado num hospital psiquiátrico em Barbacena (MG).
No lugar onde viria a morrer, aos 39 anos, Heleno não conta com nada além da dedicação de um enfermeiro (Mauricio Tizumba), seu último torcedor.
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
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