"Só me resta meia agenda telefônica, o resto morreu", diz Shirley McLaine sobre "Bernie"
A atriz Shirley MacLaine já viveu muitos personagens nas telas, como por exemplo a mãe que tem uma relação conturbada com a filha em "Laços de Ternura", papel que lhe valeu o Oscar.
Mas em "Bernie", filme independente de Richard Linklater que estreia na sexta-feira (27) nos EUA, a atriz de 78 anos está sovina e desprezível como nunca se viu. "Bernie" se baseia na história real da milionária viúva Marjorie Nugent, que fica amiga de Bernie Tiede (Jack Black), um rapaz carismático e bem mais jovem, funcionário de uma funerária.
Quando se cansa das exigências dela, Bernie mata a viúva e passa meses ocultando o crime. Quando afinal confessa o homicídio, a população da cidade fica ao seu lado, pois odiava a vítima. A história original aconteceu em 1996, no Texas. Na vida real, MacLaine não se parece em nada com Marjorie Nugent, como ficou claro na bem humorada entrevista à Reuters.
Reuters: A senhora gostou de interpretar alguém desagradável?
Shirley McLaine: Todos a odiavam. Acho que ela levaria madre Teresa a cometer um homicídio. Adorei experimentar com ser absoluta e terrivelmente irascível... Talvez eu esteja ensaiando para quando for mais velha, mas para mim é divertido.
Reuters: A maioria das suas cenas é com Jack Black. Foi divertido trabalhar com ele dia após dia.
Shirley McLaine: Ah, meu Deus, adorei trabalhar com Jack Black. Foi meu quarto Jack. Jack Lemmon ("Se Meu Apartamento Falasse", "Irma La Douce"), Jack Nicholson ("Laços de Ternura"), Jack Guilardi, meu agente..., e agora Jack Black.
Reuters: A senhora acaba de completar 78 anos. Marjorie Nugent tinha 81 quando Bernie a matou. A senhora está ótima. Precisou acrescentar rugas ou ficou muito tempo sendo maquiada para parecer mais velha?
Shirley McLaine: Não, eram minhas mesmo! Muita coisa é iluminação... eu soube ficar fora da luz para parecer velha. Marlene Dietrich me ensinou como iluminar. Isso não é alguma coisa? Meu Deus, foi, tipo, um século atrás!
Reuters: Não lhe deixa em pânico que tantos colegas, como Jack Lemmon e Marlene Dietrich, não estejam mais entre nós?
Shirley McLaine: Estou bem ciente de que só me resta meia agenda telefônica. O resto morreu (risos). Estou bem com isso. Adoro a ideia de ser a mais velha da sala, porque posso fazer qualquer coisa! As pessoas querem cuidar de você, a ajudam a descer de carros baixos, trazem comida, pedem conselhos. Qualquer favor que você pede, eles fazem. Ser velho é uma baita mordomia!
Reuters: O que lhe falta fazer?
Shirley McLaine: Eu gostaria de ir a outro planeta, o que talvez eu viva o suficiente para conseguir. Simplesmente subir numa nave e ir. Mas não a Lua. Não vejo flores lá. A Lua é perto demais. Quero ir mais longe.
Reuters: A senhora já se inscreveu na expedição espacial de Richard Branson? Parece que seria a sua praia.
Shirley McLaine: Não, é caro demais. Preciso esperar uma promoção. Sou classe média demais para gastar esse tipo de dinheiro.
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