Com Channing Tatum e Jonah Hill, "Anjos da Lei" recria série de TV que lançou Johnny Depp
No final dos anos 1980, um jovem e imberbe Johnny Depp dava seus primeiros passos como ator no seriado "Anjos da Lei", sucesso inesperado nos Estados Unidos, que lhe abriu as portas para o cinema.
Inspirado num programa da policia norte-americana, os personagens eram jovens policiais infiltrados em escolas para prevenir o crime ou impedir que adolescentes se tornassem presas fáceis para aliciadores. A série durou de 1987 a 1991 e acabou uma temporada depois que Depp abandonou o barco para participar das filmagens de "Edward Mãos de Tesoura", a drama gótico de Tim Burton, de quem virou parceiro constante.
Vinte e cinco anos depois, a história é adaptada para o cinema, com a participação de Depp e de Peter DeLuise, seu parceiro na série, numa ponta afetiva. Se Depp não via a hora de largar a TV para finalmente se dedicar ao cinema, não foi ingrato ao ponto de esquecer que sua carreira profissional começou em um programa infanto-juvenil, no qual era adorado pelos fãs. No Youtube, a série ainda faz sucesso.
No longa, apenas inspirado na premissa da série (policiais especializados em se infiltrar entre jovens), a história dos dois protagonistas é explicada desde a época do colégio quando Schmidt (Jonah Hill, de "O Homem que Mudou o Jogo"), um estudante nerd, é infernizado por Jenko (Channing Tatum), o galã da turma, mas sem nenhuma paciência para os estudos. Eles vão se reencontrar anos depois na academia de polícia e acabam se tornando parceiros e amigos. Se eram muito diferentes na escola, no trabalho policial são igualmente desastrados.
Por conta das trapalhadas cometidas, são transferidos para um serviço reservado onde trabalharão à paisana, infiltrados em uma escola, sob o comando do capitão Dickson (o rapper Ice Cube), um oficial durão que quer encontrar os traficantes que estão distribuindo uma nova droga entre os jovens.
As confusões que aprontavam fardados continuarão na vida estudantil, a começar pelo primeiro dia de aula, quando trocam as fichas de identificação e são obrigados a manter uma identidade completamente oposta à que foi escolhida pelo comando da polícia. O nerd Schmidt terá de se passar por atleta e Jenko terá de fingir que é estudioso.
Com humor politicamente incorreto, escorregando algumas vezes em situações bizarras e escatológicas, o filme consegue manter o ritmo e provocar risadas na plateia. A fórmula deu tão certo que uma sequência já está sendo cogitada, mas, provavelmente, sem Johnny Depp, que já cumpriu seu papel de bom samaritano.
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