Cineasta Danny Boyle é aclamado por show deslumbrante na abertura dos Jogos Olímpicos
Danny Boyle surpreendeu o mundo com sua espetacular cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, mas o festejado cineasta de Hollywood conquistou seu próprio país e garantiu seu lugar na elite cultural do mesmo com uma abordagem despretensiosa da vida.
Boyle, 55 anos, foi inicialmente considerado uma escolha estranha para planejar a cerimônia que iria mostrar a Grã-Bretanha para o mundo e definir o tom para os Jogos de 2012.
Afinal, ele foi lançado para a fama com o duro filme "Trainspotting", de 1996, retratando dependentes de heroína da classe trabalhadora de Edimburgo e um inesquecível mergulho de Ewan McGregor em uma privada imunda para recuperar drogas.
Seu filme de "ascensão social", "Quem Quer Ser um Milionário" -que ganhou um Oscar em 2008-, também retratava a dura realidade da vida, com imagens gráficas de crianças de rua indianas envolvidas em uma história otimista sobre um azarão que vence as adversidades.
Mas os organizadores da Olimpíada insistiram que a experiência, energia e paixão de Boyle pela Inglaterra e sua visão incomum fizeram dele o homem perfeito para o trabalho. Eles provaram que estavam certos.
A extravagância de 27 milhões de libras (42 milhões de dólares) do diretor foi aclamada internacionalmente por destacar a essência da Grã-Bretanha ao misturar história, cultura e humor em um show tecnicamente deslumbrante.
Seria difícil acompanhar a estonteante cerimônia de abertura de Pequim, há quatro anos, mas Boyle conseguiu.
Como em seus filmes, ele apostou em uma trilha sonora frenética, cheia de energia e compulsiva durante a cerimônia de abertura, usando o humor auto-depreciativo para destacar a estranheza da Grã-Bretanha, com nuvens falsas, enfermeiros dançarinos e pombas de néon em motos.
Mas seu golpe da noite foi elencar a rainha Elizabeth em um filme com o ator Daniel Craig, que interpreta James Bond, com esta ligação à realeza consolidando a posição do cineasta independente, que não se alterou com o glamour de Hollywood, nos altos escalões da cultura popular britânica.
Ele disse que, nas Olimpíadas, queria retribuir à Grã-Bretanha e Londres, e incluiu operários, sindicatos e funcionários do hospital no show por serem tão importantes para o país.
"Este país e esta cidade... me deram tudo o que tenho na minha vida, além de minha formação que estava em Manchester e os valores que eu tenho de lá", disse ele a jornalistas. "Em termos das oportunidades que tive na minha vida, esta cidade, na qual sou muito orgulhoso de viver, me deu tudo."
Agora, a obra prima da Olimpíada garantiu a Boyle aplausos de toda a Grã-Bretanha -e uma onda de apostas de que será nomeado cavaleiro pela rainha na Lista de Honras do Ano Novo.
(Por Belinda Goldsmith)
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