Com foco em Robert Pattinson e ritmo "travado", "Bel Ami - O Sedutor" traz sedução como arma para poder
Robert Pattinson, o galã de "Crepúsculo", deve ser um dos principais chamarizes de público para o drama de época "Bel Ami - O Sedutor", de Declan Donnellan e Nick Ormerod, com estreias previstas em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Salvador nesta sexta-feira (3). Mas outras pontes podem ser feitas a partir do elenco, a primeira delas, Uma Thurman, que atua aqui e também estrelava outro filme de temática semelhante, "Ligações Perigosas" (1988), de Stephen Frears.
PODER E SEDUÇÃO NA PARIS DO SÉC. 19
Uma Thurman interpreta uma das mulhares atraídas pelo personagem de Robert Pattinson na trama
Fora o gênero e a nacionalidade dos diretores, todos ingleses, esgotam-se aí as semelhanças entre as duas obras, separadas por mais de 20 anos e uma visível diferença de experiência.
No caso de Donnellan, este é seu primeiro longa para cinema. Antes o diretor e Ormerod haviam feito juntos um curta ("The Big Fish") e trabalhos para TV -- área da roteirista Rachel Bonnette, que adapta o romance homônimo do autor francês Guy de Maupassant. Donnellan também tinha trabalhado em teatro.
A pouca vivência cinematográfica é talvez a maior razão para o tom um tanto travado do filme, que acompanha a irresistível ascensão social de um ex-soldado, Georges Duroy (Pattinson), na Paris de 1890, por meio da passagem pelas camas de algumas das mais nobres damas da alta sociedade e do trabalho como jornalista.
A entrada do protagonista no círculo rico acontece pelas mãos de um homem chamado Charles Forestier (Philip Glenister). Georges esbarra neste que foi seu superior no Exército numa noite em que contava seus últimos centavos num cabaré.
Forestier paga-lhe champanhe e o introduz no mundo do jornalismo, embora fique muito claro que Georges não tem qualquer experiência anterior.
Essa inexperiência é compensada pela providencial ajuda de Madeleine Forestier (Uma Thurman), a intelectualizada mulher de seu protetor, iniciando uma carreira de sucesso para Georges, que não percebe muito bem o jogo político por trás da imprensa, que derruba e coloca no poder um ministro atrás do outro.
Sem questionar a agenda de seus mentores e inebriado pelas vantagens de sua nova posição de destaque, Georges envolve-se secretamente com uma mulher casada, Clotilde de Marelle (Christina Ricci), e desperta a admiração de várias outras -- até mesmo da recatada Virginie Rousset (Kristin Scott Thomas). A sedução será seu maior trunfo, mesmo em momentos em que sua estrela ameaça parar de brilhar.
Conduzindo a história de maneira um tanto literal, sem evidenciar as nuances de um mecanismo social cruel e sutil, o filme patina sem brilho. As atrizes, de modo geral, desempenham bem os seus papéis --, melhor do que o protagonista, que parece não encontrar o tom certo de um personagem ambíguo, lerdo para entender as regras do jogo em que foi lançado.
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