Mesmo com Robert De Niro e Sigourney Weaver, "Poder Paranormal" se perde em truques
O diretor Rodrigo Cortés tentou mais uma vez, mas falhou em fazer um bom filme com o thriller "Poder Paranormal", que estreia nesta sexta-feira (21) nos cinemas brasileiros. O time de especialistas como Robert De Niro e Sigourney Weaver acaba sendo dispensável para as estratégias do diretor no longa. Com truques limitados, a filmografia do cineasta espanhol -- que inclui "Enterrado Vivo" -- segue com produções que tentam ser mais espertas do que têm direito.
ELENCO FORTE, FILME FRACO
A veterana Sigourney Weaver (foto) vive o papel de uma cientista especializada em desmarcarar charlatões que se passam por paranormais
"Poder Paranormal" não foge à infeliz regra. Começa bem, mas se entrega à cartilha iniciada por M. Night Shyamalan de reviravoltas e "surpresinhas" a partir do meio. A diferença está no fato do espanhol ainda está muito longe do talento do diretor nascido na Índia, que teve seus dias de respeito na época de "O Sexto Sentido" (1999).
Nem o elenco impressionante é capaz de salvar o longa. Sigourney interpreta a cientista Margaret Matheson, capaz de expor charlatões que se passam como paranormais. Ao lado do assistente Tom, vivido pelo ator Cillian Murphy, de "A Origem", a investigadora se escora em uma longa carreira, com apenas uma pendência do passado: Simon Silver (Robert De Niro), homem capaz de levitar, entortar talheres e adivinhar pensamentos.
Margaret e Tom passam boa parte do filme desmascarando armações. A dupla conta ainda com a ajuda da aluna Sally (Elizabeth Olsen), que ajuda a desvendar armações como a do argentino Leonardo Palladino (Leonardo Sbaraglia). E aí que Simon resolve voltar aos palcos. O retorno é triunfal, com direito a entrevistas na televisão e ingressos esgotados para sua apresentação.
Para criar um clima sobrenatural e de terror, algo de estranho sempre acontece -- especialmente com Tom, um personagem que fica boa parte do tempo sem dizer a que veio e, quando finalmente diz, revela-se frustrante. Assim como o próprio filme, o papel de Cilllian Murphy tem um começo promissor, mas acaba envolto nas convenções do suspense com uma risível reviravolta final, da qual Tom é personagem central.
O embate entre os personagens de De Niro e Sigourney é adiado por um longo tempo para nunca realmente acontecer.
Já o diretor, por sua vez, parece querer falar do confronto entre ciência e crença -- não necessariamente religiosa --, mas não apresenta argumentos para explorar os dois lados e construir qualquer espécie de debate.
"Poder Paranormal" sugere soluções mirabolantes, daquelas em que o diretor tira cartas da manga como um mágico e se acha muito esperto porque as escondeu antes do show começar. Os truques e tiques fazem Cortés parecer um "sub-Shyamalan", sem sequer possuir um filme memorável -- ainda.
*As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.