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Viagem no tempo rende thriller eletrizante em "Looper - Assassinos do Futuro"

Cena de "Looper - Assassinos do Futuro", de Rian Johnson, que estreia nesta sexta-feira (28) - Divulgação
Cena de "Looper - Assassinos do Futuro", de Rian Johnson, que estreia nesta sexta-feira (28) Imagem: Divulgação

Luiz Vita

Do Cineweb*

27/09/2012 09h53Atualizada em 28/09/2012 03h18

Viajar no tempo é um tema que atiça a imaginação de leitores de ficção científica e de cinéfilos ávidos por encontros com dinossauros ou curiosos sobre os avanços da tecnologia no futuro.

PREFERÊNCIA DOS SONHADORES?

  • Com Bruce Willis e Joseph Gordon-Levitt, viagens no tempo são revisitadas no longa, que traduz com sucesso tema debatido com frequência na literatura

A ideia de uma jornada para frente ou para trás já fez o paleontólogo e escritor George Gaylord Simpson enviar um personagem para uma viagem sem volta o período Cretáceo no livro cult "A Descronização de Sam Magruder".

Já H.G Wells preferiu visitar um futuro totalitário em "A Máquina do Tempo". Viagens ao passado podem até mesmo alterar o presente, como Ray Bradbury idealizou com a caça de dinossauros presente na obra "Um Som de Trovão".

A obra de Gaylord Simpson não chegou a ser adaptada ao cinema, mas as outras duas outras resultaram em filmes com histórias inferiores na comparação com as originais em papel.

A ideia de Bradbury talvez seja melhor comtemplada com "Looper - Assassino do Futuro", coprodução entre Estados Unidos e China dirigida por Rian Johnson. No longa, alterar o passado pode ter um efeito sem volta sobre o futuro. Para o bem e para o mal.

É isso que Joe, interpretado por Joseph Gordon-Levitt, de "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge", vai descobrir sozinho. Membro de um grupo de exterminadores pagos para matar vítimas indesejadas no futuro, o personagem fica cara a cara com a sua própria encarnação, 30 anos mais velho, e precisa decidir se vai apertar o gatilho.

No ano 2072, a técnica que permite viagens no tempo já foi dominada, mas é proibida. Isso não impde um homem misterioso, que comanda um grupo de matadores, de utilizar a tecnologia para eliminar desafetos sem deixar vestígios.

As vítimas são enviadas para o passado, em 2042, onde são eliminadas por loopers, uma espécie de milicianos recompensados com barras de prata pelas encomendas que executam. Joe, por exemplo, guarda suas barras de prata para realizar o sonho de viver na França.

As missões são cumpridas num piscar de olhos, assim que os condenados, amarrados e vendados, se materializam na frente de Joe. É um trabalho rápido, autorizado, e que não deixa sequelas nos carrascos, todos jovens e hedonistas.

Joe possui um carro conversível, seu amigo Seth (Paul Dano), uma moto voadora. Frequentam baladas e aumentam a adrenalina com gotas de um colírio alucinógeno.

Um dia, no horário agendado para mais uma execução, a vítima vinda do futuro demora mais que o previsto para se materializar. Quando isso ocorre, o homem marcado para morrer -- interpretado por Bruce Willis -- está sem vendas e desamarrado. O inusitado da situação faz com que Joe vacile e permita a reação e fuga do prisioneiro.

VEJA TRAILER LEGENDADO DE "LOOPER - ASSASSINOS DO FUTURO"

O fugitivo é ele próprio, 30 anos mais velho, agora solto no passado e com planos de não se entregar.

O roteiro bem-construído pelo próprio diretor, sem pontas soltas, é a garantia de um thriller eletrizante em que, aos poucos, vão ser conhecidas informações importantes sobre o futuro de Joe e os motivos que o levaram a fugir.

Novos personagens surgem e a vida de cada um deles pode ser alterada dependendo das açoes das duas versões de Joe: a do passado ou a do futuro. É lançada também alguma luz sobre o que ocorre no futuro e como surgiu o método brutal de acerto de contas.

Conhecer a identidade de Bruce Willis não atrapalha em nada o sucesso da trama e não tira do espectador o prazer da descoberta. O que interessa são os motivos de sua fuga e porque ele precisa da ajuda de sua versão mais jovem para executar um plano que mudará o futuro não só dele, mas de outras pessoas que também estão marcadas para morrer.

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