Mesmo com esforço de Leandro Hassum, filme "Até Que a Sorte Nos Separe" decepciona
Partindo de um livro de autoajuda, "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos", de Gustavo Cerbasi, a comédia "Até Que a Sorte Nos Separe" tem como protagonistas Tino (Leonardo Hassum) e Jane (Danielle Winits), casal pobre que ganha na loteria e enriquece. O problema acontece15 anos depois, quando a dupla conseguiu gastar todo o dinheiro sem guardar ou investir em nada.
Seus vizinhos formam um casal certinho que sabe muito bem o que fazer com o dinheiro. O marido, Amauri (Kiko Mascarenhas, de "Totalmente Inocentes"), é consultor financeiro. Sua mulher, Laura (Rita Elmôr), quer ter mais um filho, mas ele faz de tudo para evitar a gravidez e novos gastos.
Já Jane está grávida e o marido é informado pelo médico de que ela não pode receber nenhuma notícia ruim ou ter problemas financeiros, já que a gravidez é de risco.
Tino fará de tudo para que a mulher não saiba que estão pobres novamente. Esse poderia ser um bom pretexto para criar momentos cômicos na trama -- mas isso não acontece.
Na falta de boas piadas no roteiro, o ator e comediante Leandro Hassum se esforça, mas o resultado é uma infinidade de caras, bocas e berros.
Justiça seja feita: a precariedade do humor não é culpa dos atores, mas do roteiro assinado por Paulo Cursino e Angelica Lopes, além da direção de Roberto Santucci.
O trabalho anterior do diretor padeceu do mesmo problema. "De Pernas pro Ar" só teve alguma graça por conta das atrizes Ingrid Guimarães e Maria Paula, que pareciam criar cenas e piadas sozinhas.
Quase dolorosamente, o longa percorre todos os caminhos previsíveis. É uma exaltação ao consumismo desenfreado do mundo contemporâneo, que Santucci dirige sem qualquer inspiração.
Não fossem alguns raros momentos de Hassum seria praticamente insuportável.
*As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
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