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Astro teen de "A Vida de Pi" vive seu próprio conto de fadas

Ator indiano Suraj Sharma, astro de "As Aventuras de Pi", durante o Festival de Nova York 2012 (28/9/12) - Getty Images
Ator indiano Suraj Sharma, astro de "As Aventuras de Pi", durante o Festival de Nova York 2012 (28/9/12) Imagem: Getty Images

Shilpa Jamkhandikar

Mumbai (Índia)

31/10/2012 12h16

Suraj Sharma passou de um adolescente normal crescendo em Nova Délhi para a estrela da adaptação de Ang Lee para o cinema do best-seller "A Vida de Pi".

Sharma, de 17 anos, foi escolhido entre mais de 3.000 candidatos para interpretar Pi, um menino indiano que se vê encalhado em um bote salva-vidas por 227 dias com um tigre de bengala.

Agora com 19 anos, Sharma falou à Reuters sobre o filme, que estreia nos cinemas no próximo mês, sobre atuar com um tigre gerado por computador e por que "A Vida de Pi" pode muito bem ser o seu primeiro e último papel.

Reuters - Como que este filme surgiu?

Suraj Sharma - Eu nasci e cresci em Nova Délhi e meu irmão já atuou em alguns filmes. As audições aconteceram e o diretor de elenco era amigo do meu irmão e ele tem sido próximo da minha família por um tempo. Eu fui às audições com meu irmão para dar apoio moral... eu realmente não queria atuar, mas eu não sei, aconteceu. Eles continuaram me chamando de volta. E, então, eles me ligaram e disseram "Você tem que vir a Mumbai encontrar 'Dao Yan'. Eu o chamo de Sr. Lee Dao Yan."

O que isso significa
Significa Sr. Diretor em chinês. Eu não gosto de chamá-lo de Ang, não é muito respeitoso... Duas semanas depois, eles disseram: 'Suraj, você tem que vir a Taiwan'. O engraçado é que até então eu ainda não acreditava que tinha conseguido o papel. É difícil acreditar. Você não imagina que coisas assim podem acontecer com você.

Como foi filmar em Taiwan?
Fiz três meses de treinamento – aprendi a nadar, habilidades marítimas, trabalho no bote – aprendi até a cortar peixe em filé. Também comi peixe cru, mas não vamos falar disso. Ganhei peso e perdi peso. Fiquei bem magro, como um nanico fraquinho (risadas). De certa forma passamos pela jornada de Pi juntos. Muitas vezes senti que todos nós juntos éramos Pi.

O que mudou do momento em que você foi para a audição até o momento em que conseguiu o pape?
Eu nunca tinha atuado antes, mas eu sabia que eu iria gostar. Meu irmão e eu atuamos para nós mesmos. Andamos pelas ruas sendo pessoas diferentes e essa era a única atuação que eu tinha feito. Fui exposto à forma real de fazer filmes, como as coisas são feitas. São muitas pessoas que se juntam, um monte de sonhos que se unem. Para mim, eu só quero estar no set. Eu não me importo com o que eu seria. Se atuando, dirigindo, cuidando dos adereços, não me importo... As coisas poderiam melhorar ou piorar, mas isso vai estar sempre lá. Uma parte de mim sempre vai estar presa, em Taiwan, no barco.

O que vem a seguir? Papéis para atores asiáticos são limitados em Hollywood, não?
Eu não sei se eu quero atuar. Eu poderia, depende do que vier à minha frente. Eu quero estar no set. Eu quero contar histórias. Eu era realmente me senti possuído no set. Eu não consigo superar esse sentimento. Foi mais do que uma descarga de adrenalina. Esse sentimento de colaboração – pessoas diferentes se juntam, e todos eles têm as suas próprias histórias – eles se juntam para criar algo que passa a tocar um milhão de corações. Eu não consigo esquecer isso.