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Documentário "Construção" une passado e presente familiar da diretora

Cena do documentário "Construção", de Carolina Sá - Divulgação
Cena do documentário "Construção", de Carolina Sá Imagem: Divulgação

Alysson Oliveira

Do Cineweb, em São Paulo*

22/11/2012 11h24Atualizada em 23/11/2012 07h42

"Construção", da carioca Carolina Sá, é um filme de paralelos: entre o passado e o presente, entre Brasil e Cuba.

O elo é sua filha, Branca, com o músico cubano René Ferrer. Por meio de fragmentos da intimidade da família, como cartas, fotos e filmes, a diretora também apresenta para a filha, quando tinha três anos de idade, a figura de seu avô, o arquiteto Marcos de Vasconcellos, personagem importante do cenário cultural do Rio de Janeiro dos anos 1960.

É um filme extremamente pessoal, mas que fala do universal. Tendo como foco a pátria e a família, a cineasta desconstrói parte da história famíliar para construir a trajetória de sua filha pequena. Quando levou a menina para Cuba, a revolução de 1959 estava completando meio século.

Como Carolina perdeu o pai quando tinha 13 anos, o filme assume um papel importante em sua vida, permitindo a redescoberta e a melhor compreensão da figura paterna. As cartas escritas pelo arquiteto são bastante elucidativas nesse sentido.

A diretora consegue evitar armadilhas que poderiam transformar o documentário em um giro em torno do umbigo de sua família. Ela vai além ao juntar as pontas do presente e do passado, traçando um retrato delicado e pessoal que extrapola barreiras e se torna atemporal.

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

TRAILER DO FILME "CONSTRUÇÃO"