Comédia sul-coreana "Hahaha" entrelaça encontros e desencontros amorosos
Vencedor do prêmio principal da seção Un Certain Regard do Festival de Cannes 2010, "Hahaha", do sul-coreano Hong Sang-Soo ("Mulher na Praia"), é o primeiro filme do cineasta a chegar ao circuito comercial brasileiro.
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Nesta comédia sobre relacionamentos amorosos, como em boa parte da obra do diretor, há um despojamento que parte do uso de muitas cenas cotidianas, como o ato de comer e beber, um dado que parece crucial ao seu estilo --que mantém um diálogo constante com os filmes do francês Éric Rohmer, como "Pauline na Praia" e "O Joelho de Claire".
O próprio cinema também é uma peça fundamental dentro do enredo, uma vez que seus protagonistas são um jovem diretor, Jo Munk-yung (Kim Sang-kyung), e um crítico, Bang Joong-sik (Yu Jun-sang), que conversam sobre suas conquistas amorosas, em longos flashbacks que se desenvolvem como a trama e a narrativa de "Hahaha".
Na fotografia, cria-se um recurso curioso para diferenciar presente e passado. No presente, os dois amigos são vistos apenas em fotos em preto-e-branco. Já as cenas do passado são sempre coloridas e em movimento.
Em suas conversas, Jo conta que foi apaixonado por uma guia turística (Moon So-ri). Durante uma temporada na praia, ele a conheceu e invadiu secretamente sua casa, para descobrir detalhes sobre a garota, que tentou usar em proveito próprio. Já Bang, apesar de casado, mantém um relacionamento com outra mulher.
Aos poucos, conforme contam suas histórias, percebe-se que estavam na mesma cidade litorânea de Tongyeong, durante o mesmo período. As tramas narradas por cada um se entrecruzam e se distanciam. Nesses fios condutores tão dispersos é que o filme acaba perdendo, às vezes, um pouco do foco e do interesse.
Um bom alívio cômico é proporcionado pelas intervenções da mãe de Jo (Yoon Yeo-jeong), quase sempre dando broncas no filho.
Transitando entre a farsa e o drama, Hong cria um retrato volátil dessas histórias de amor que, apesar dos esforços, nunca chegam ao mesmo nível de complexidade de Rohmer, mas também não chegam a tornar-se tediosas.
Como no cinema do francês, fala-se muito e tudo é resolvido na base do diálogo, o que demanda certa dose de paciência. Ainda assim, Hong nunca julga os personagens e cria um retrato delicado de pequenas aventuras, pontuadas por encontros, perdas e desencontros.
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