Gus Van Sant aborda exploração polêmica de gás nos EUA em longa com Matt Damon
O tema polêmico do fraturamento hidráulico finalmente chegou a Hollywood no novo filme "Promised Land", que estreia nos EUA nesta sexta-feira (28) com os atores Matt Damon e John Krasinski, unidos para aprofundar o debate sobre a técnica de perfuração.
O filme explora o impacto social da técnica do fraturamento hidráulico, que provocou batalhas ambientais e políticas nacionalmente sobre seus efeitos sobre a água potável, o uso de energia dos EUA, atividade sísmica e outras áreas.
"Promised Land" reúne Damon, 42 anos, com o diretor Gus Van Sant pela terceira vez, depois de seu sucesso com o filme "Gênio Indomável", de 1997, e "Gerry", em 2002.
Em seu mais recente filme, Damon interpreta um vendedor corporativo que vai a uma cidade rural dos EUA para comprar ou arrendar terras em nome de uma empresa de gás, de olho na perfuração petroleira. Ele logo enfrenta a oposição de um ambientalista, interpretado por Krasinski.
Na vida real, Damon não se esquiva de se envolver em questões políticas e sociais. O ator tem trabalhado com instituições de caridade e organizações para erradicar a Aids em países em desenvolvimento, chamou a atenção para as atrocidades na região sudanesa de Darfur, forneceu água potável e impediu que árvores fossem cortadas.
"Promised Land", no entanto, co-escrito e produzido por Damon, não toma uma atitude notável sobre o fraturamento hidráulico. O ator não declarou publicamente seus pontos de vista, dizendo à Reuters não acreditar que sua opinião tenha "qualquer influência" no filme.
"O ponto é que o filme deve começar um debate. Certamente não é um filme pró-fraturamento, mas nós não queríamos dizer às pessoas o que pensar", disse Damon.
O fraturamento hidráulico envolve o bombeamento de água misturada com produtos químicos e areia a alta pressão para quebrar a densa rocha de xisto e liberar hidrocarbonetos. Os críticos temem que fluidos do fraturamento ou hidrocarbonetos ainda possam vazar para os lençóis freáticos de poços, ou acima do solo.
O ator contou que ele e Krasinski nunca tiveram a intenção de fazer um filme com consciência social, e o faturamento hidráulico foi adicionado mais tarde, como um pano de fundo para a história.
"Não é que nós dissemos que queríamos fazer um filme sobre fraturamento hidráulico tanto quanto queríamos fazer um filme sobre a identidade americana, sobre pessoas reais. Nós queríamos fazer um filme sobre o país hoje, de onde viemos, onde estamos e para onde estamos indo", disse Damon.
"O fraturamento foi perfeito porque as apostas são incrivelmente altas e as pessoas estão muito divididas. (O filme) faz todas as perguntas sobre pensamento de curto prazo versus pensamento de longo prazo."
À primeira vista, a parceria de Damon com Krasinski pode não parecer a combinação perfeita, já que Damon tem sido principalmente associado com o amigo de longa data e colaborador Ben Affleck --ambos ganharam um Oscar por escrever "Gênio Indomável".
Damon mais tarde se tornou colega e amigo de vários atores importantes de Hollywood, como George Clooney e Brad Pitt, com quem coestrelou a franquia "Onze Homens e Um Segredo".
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