Concorrente ao Oscar, "O Amante da Rainha" traz amor entre idealistas
![Cena do filme "O Amante da Rainha", de Nicolaj Arcel, indicado ao Oscar de 2013 - Divulgação / Europa Filmes](https://conteudo.imguol.com.br/2013/02/07/cena-do-filme-o-amante-da-rainha-de-nicolaj-arcel-indicado-ao-oscar-de-melhor-longa-estrangeiro-1360285209322_615x300.jpg)
Indicado ao Oscar 2013 de filme estrangeiro pela Dinamarca, o drama histórico "O Amante da Rainha", de Nikolaj Arcel, aproveita bem a vantagem de um elenco encabeçado pelo carismático ator dinamarquês Mads Mikkelsen ("Depois do Casamento"), injetando genuína vibração humana numa história complexa de época.
No Festival de Berlim 2012, o filme foi duplamente premiado com os troféus de melhor roteiro (de Arcel e Rasmus Heisterberg) e melhor ator para o novato Mikkel Boe Folsgaard, intérprete do insano rei Christian 7º.
É para se casar com este monarca de natureza infantil que chega da Inglaterra, no final do século 18, a princesa Caroline Mathilde (Alicia Vikander). Culta e sofisticada, ela não tarda a perceber a grande armadilha deste casamento, em que é submetida aos caprichos de um marido instável e ausente. Os dois só têm em comum o amor pelo teatro.
Como resultado das maquinações de alguns nobres insatisfeitos, na colônia dinamarquesa de Altoona, na Alemanha, chega a Copenhague o médico alemão Johann Struensee (Mads Mikkelsen), que não tarda a ganhar a confiança do rei, tornando-se não só seu clínico como seu principal conselheiro.
Além de cumprir o compromisso com seus mentores, reintroduzidos no alto círculo do poder, Struensee aproveita sua proximidade com o rei para induzi-lo a aprovar a liberalização das rígidas leis do reino. Poucos sabem que o médico é ativo simpatizante das ideias iluministas, um posicionamento que poderia custar-lhe a vida caso o assumisse publicamente.
O médico consegue introduzir reformas avançadas para a época, retirando privilégios aos nobres, que passam a pagar impostos, em benefício dos camponeses. Esquivando-se das manobras tanto da rainha-mãe (Trine Dyrholm) quanto de parlamentares conservadores, ressentidos de sua influência sobre o rei, Struensee capta a atenção da rainha.
Cultos e modernos, os dois são naturalmente atraídos um pelo outro, a partir das leituras da biblioteca de Struensee, que inclui autores como o francês Jean-Jacques Rousseau. Não demoram muito a abrir mão da prudência, mergulhando num clandestino e intenso caso de amor.
Apesar da visível reverência em torno da figura do médico, tido como um heroico precursor da liberdade na Dinamarca, o filme consegue transmitir vivacidade ao reforçar, sempre que possível, a humanidade dos protagonistas diante das incontornáveis pressões de sua época.
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