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"Killer Joe" retrata assassino lidando com família disfuncional

Cena de "Killer Joe - Matador de Aluguel", filme de William Friedkin estrelado por Matthew McConaughey - Divulgação / Califórnia Filmes
Cena de "Killer Joe - Matador de Aluguel", filme de William Friedkin estrelado por Matthew McConaughey Imagem: Divulgação / Califórnia Filmes

Alysson Oliveira

Do Cineweb*

07/03/2013 12h29

O filme "Killer Joe - Matador de Aluguel", do cineasta norte-americano William Friedkin, retoma a obra do dramaturgo Tracy Letts, autor que já tinha gerado outro filme do cineasta: "Possuídos" (2006).

O personagem-título, interpretado por Matthew McConaughey, veste-se de preto dos pés à cabeça -- o que inclui o par de botas e o chapéu de caubói- e trabalha como policial, mas fatura mesmo como assassino profissional.

Com o tempo, percebe-se que, para ele, matar não é apenas uma forma de engordar o orçamento, mas uma forma de sentir um prazer perverso.

Cada um dos personagens, mais cedo ou mais tarde, revela-se o perfeito idiota -ninguém está a salvo, nem mesmo o protagonista, que ganha o nome de guerra de Killer Joe.

Tudo começa a dar errado quando é contratado por Chris (Emile Hirsch) para matar sua mãe, para que ele, seu pai, Ansel (Thomas Haden Church) e a irmã, Dottie (Juno Temple), recebam o seguro de vida e Chris possa saldar suas dívidas.

A rede de equívocos que amarra cada um dos membros dessa família disfuncional ao matador, e, consequentemente, sela o seu destino passa também por Sharla (Gina Gershon), a nova mulher de Ansel, que também pretende receber sua parte do bolo.

Joe é uma presença forte na tela e na trama o que, muitas vezes, ofusca os demais personagens, deixando claro o que eles são: coadjuvantes.

TRAILER LEGENDADO DE "KILLER JOE - MATADOR DE ALUGUEL"

Desde sua primeira encenação, nos anos de 1990, "Killer Joe - Matador de aluguel" é classificada como comédia -- de humor negro, é claro. A força do longa está no enredo e nas situações cada vez mais insólitas da trama. O filme tem seus momentos engraçados e desperta alguns risos, mas muitos deles, amarelos.

"Possuídos" se resumia a dois personagens num único cenário, onde sua paranoia se materializava. O diretor Friedkin apropriou-se bem do cenário claustrofóbico e extraiu boas interpretações de seus atores, Ashley Judd e Michael Shannon.

Aqui, o experiente cineasta tenta fugir da estrutura teatral, mas o texto -- mais do que a ação -- domina o filme.

*As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb