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Jessica Chastain enfrenta fantasma para proteger sobrinhas em "Mama"

Cena do filme "Mama", de Andrés Muschietti, com atuações de Jessica Chastain e Nikolaj Coster-Waldau - Divulgaçãro / Universal
Cena do filme "Mama", de Andrés Muschietti, com atuações de Jessica Chastain e Nikolaj Coster-Waldau Imagem: Divulgaçãro / Universal

Alysson Oliveira

Do Cineweb*

04/04/2013 11h04Atualizada em 04/04/2013 21h58

Talvez seja mais fácil se lembrar de filmes em que a maternidade é motivo de pânico e e horror ao invés de alegrias. A lista começa pelo clássico "O Bebê de Rosemary", passando por "Anticristo" e desaguando em "Precisamos Falar sobre Kevin".

Já o filme "Mama" não se equipara a nenhum desses. Dirigido pelo espanhol Andrés Muschietti e produzido por Guillermo del Toro, a produção se vale de maneira meio oblíqua do velho ditado: "Ser mãe é padecer no paraíso". No caso, o papel da mãe falecida é assumido pela tia.

Jessica Chastain ("A Hora Mais Escura") é Annabel, membro de uma banda de rock, que leva uma vida desregrada com seu namorado Lucas (Nikolaj Coster-Waldau). A primeira vez que a vemos, a moça está no banheiro agradecendo a Deus pelo teste de gravidez ter dado negativo. A comemoração pode durar por cinco anos, até que duas sobrinhas de seu marido, que estavam desaparecidas, são encontradas e o casal fica com a guarda das meninas.

A história das meninas é uma espécie de prólogo do filme que começa com "Era uma vez...", o que sugere um conto de fadas contemporâneo e sombrio. O pai de Vitória (Megan Charpentier) e Lilly (Isabelle Nélisse) matou a mãe delas e mais um sócio. Na fuga, sequestra as garotas, levando-as para uma cabana no meio da floresta, onde pretende matá-las e se suicidar. Porém, uma força sombria salva a vida das meninas, e as mantém vivas por cinco anos, alimentando-as apenas com cerejas.

Quando são encontradas, as garotas estão praticamente animalizadas, andam de quatro, são incapazes de se comunicar ou manter qualquer contato social, o que desperta a curiosidade de um médico (Daniel Kash). Ele ajuda o casal Luke e Annabel a ganhar a guarda das crianças, também disputada por uma tia materna (Jane Moffat) -- uma personagem que não faz muito sentido.

Para o médico, as meninas criaram um personagem -- a quem chamam de Mama -- que as manteve vivas durante os cinco anos. Agora estão com dificuldades de abandonar a fantasia.

VEJA O TRAILER LEGENDADO DO FILME "MAMA"

Acontece que Mama é mais real do que todos pensam. Real, ciumenta e malévola, vingando-se de todos por quem as garotas desenvolvem algum tipo de afeição. Quando Annabel é obrigada a ficar sozinha com as meninas, terá de enfrentar essa força.

"Mama" é baseado num curta -- disponível na internet -- feito por Muschietti, que acabou chamando a atenção de Del Toro. O curta, de cerca de dois minutos, se transformou numa das cenas do longa. Mas, obviamente, tudo o que apenas é sugerido lá, se materializa e é explicado na versão longa.

Apesar de sustos baratos e de explicações que só enfraquecem a trama, Jessica Chastain e as duas meninas, Megan Charpentier e Isabelle Nélisse, mantêm a cumplicidade perfeita no filme --  no amor e no ódio, na paz e no medo. O trio parece compreender que o maior horror vem daquilo que cremos poder confiar na aparente banalidade do cotidiano.

*As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb