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"Três Mundos" aborda atropelamento de imigrante ilegal na França

Alysson Oliveira

Do Cineweb*

30/05/2013 15h30

Escrito e dirigido por Catherine Corsini ("Partir"), "Três Mundos" é cinema francês tipo exportação: leia-se "não muito diferente de Hollywood, apenas o suficiente para soar exótico, mas sem exigir demais".

Protagonizado por Raphaël Personnaz ("Anna Karenina"), Clotilde Hesme ("Amantes Constantes") e Arta Dobroshi ("O Silêncio de Lorna"), o longa não se preocupa muito com o desenvolvimento dos personagens e também não dá muita atenção à trama, criando momentos previsíveis e outros sem muito senso.

O ponto de partida é um atropelamento, quando Al (Personnaz) causa o acidente com seu carro e não socorre a vítima. Assustado, foge. Mas da sacada de seu prédio, Juliette (Clotilde) vê tudo, chama a ambulância e a polícia, mas não consegue anotar a placa do carro. A vítima, Adrian (Rasha Bukvic), é um imigrante ilegal da Moldávia e as coisas se complicam devido a sua situação.

TRAILER LEGENDADOO DE "TRÊS MUNDOS"

Juliette, cujo relacionamento com o professor universitário Frédéric (Laurent Capelluto) está em crise, se sensibiliza com a situação e se torna amiga de Vera (Arta), mulher de Adrian que além de também ser imigrante ilegal, cuida do marido em coma. Já Al é um rapaz pobre que subiu na vida a custa de muito esforço e, agora, está às vésperas de se casar com a filha do patrão, Marion (Adèle Haenel).

Enquanto Vera e Juliette enfrentam questões burocráticas, a situação se complica pela falta de dinheiro e pela negativa do governo em ajudar um imigrante ilegal. Al é consumido pela culpa e quando vê uma notícia no jornal decide visitar Adrian no hospital. É um dos momentos mais estranhos do filme, quando ele pede ao rapaz em coma que sobreviva.

Os três mundos a que se refere o título são, obviamente, o de Al, o de Juliette e o de Vera -- que colidem por conta do acaso. Corsini articula as semelhanças e diferenças de forma a aproximar e afastar os personagens, mas o fato deles serem completamente decifráveis logo de cara não ajuda muito. Assim como o envolvimento amoroso que surge entre Al e Juliette.

"Três Mundos" é um filme que parece ser feito com toda a boa vontade do mundo, mas na articulação desses elementos a diretora não conseguiu ir além das intenções.

*As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb