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Diretor de "Círculo de Fogo" diz querer retomar "deslumbramento com monstros"

Pyia Sinha-Roy

12/07/2013 11h29

Numa temporada inundada por filmes apocalípticos, o cineasta mexicano Guillermo del Toro deixa sua marca filmando uma épica batalha entre monstros e robôs.

"Círculo de Fogo", que tem estreia mundial na sexta-feira (12), mostra a humanidade usando gigantescos robôs chamados "jaegers" para enfrentar alienígenas monstruosos, os "kaijus", derivados do folclore japonês.

Trabalhando com atores de TV quase desconhecidos, em vez de escalar grandes nomes de Hollywood, Del Toro evoca dois elementos que o fascinavam na infância: robôs e filmes japoneses.

"Acho que o deslumbramento que sentíamos quando garotos vendo filmes de monstros gigantes se perdeu", disse Del Toro, de 48 anos, à Reuters. "Eles eram tão grandes, tão loucos, que eram irreais... Eu queria trazer isso de volta."

A temporada cinematográfica do verão boreal está sendo marcada por outros filmes apocalípticos, como "Depois da Terra" e "Guerra Mundial Z".

Veja trailer legendado de "Círculo de Fogo"

O filme gira em torno das cenas de lutas envolvendo dez personagens ligados ao programa Jaeger, mas o roteiro também explora temas como a relação entre pais e filhos, o companheirismo e o amor romântico, o que Del Toro diz garantir que seu longa tenha "coração".

O elenco é mais conhecido por participar em séries "cult" de TV, como Charline Hunnam, de "Sons of Anarchy", Idris Elba, de "The Wire", e Charlie Day, de "It's Always Sunny in Philadelphia".

Num elenco dominado por homens, o principal papel feminino foi entregue à japonesa Rinko Kikuchi, e o diretor disse que tentou afastá-la dos estereótipos sexualizados das mulheres nos filmes de ação.

"Eu realmente quis lhe dar um poder feminino. Ela não é uma personagem tentando ser um cara. Ela é uma personagem que encontra sua força em ser leal, ainda sendo uma personagem honrada", disse Del Toro, que faz carreira como diretor, roteirista e produtor de filmes de ficção científica, fantasia e terror, como "O Labirinto do Fauno".

Para "Círculo de Fogo", ele recebeu um orçamento de 180 milhões dos estúdios Legendary Entertainment e Warner Bros, mas garante que não gastou tudo, embora não revele cifras.

"A melhor forma de ser deixado em paz é não estourar o orçamento, não estoura o prazo. Não só eles não interferiram como apoiaram muito."