Novo filme de mestre da animação japonesa faz alerta ao país
O novo filme de Hayao Miyazaki já é um sucesso de bilheteria, mas os temas envolvendo os perigos do nacionalismo e da guerra atraíram críticas inéditas para o animador premiado com o Oscar.
"The Wind Rises", que estreou no topo da bilheteria japonesa no mês passado e está na competição principal no próximo Festival de Cinema de Veneza, baseia-se no homem que projetou o temido avião de combate japonês Zero, usado na Segunda Guerra Mundial.
Críticos veem o filme como uma advertência velada de que o Japão poderia estar novamente seguindo a mesma direção.
Miyazaki, de 72 anos, enfatizou esse alerta em um ensaio crítico em meados de julho sobre as propostas do primeiro-ministro Shinzo Abe de rever a Constituição pacifistado país.
"O tempo mostrado no filme lembra o presente", disse o crítico de cinema Ryusuke Hikawa, referindo-se ao terremoto de 1923 que devastou Tóquio e à Grade Depressão dos anos 1930, paralelos ao terremoto e tsunami de 2011 e à crise econômica vivida pelo Japão.
"Depois do terremoto houve tumultos e o Japão começou a caminhar rumo à guerra. É possível sentir algumas similaridades... a economia estava ruim e, psicologicamente, era uma situação em que se devia fazer alguma coisa grandiosa, e foi como as coisas se tornaram nacionalistas", acrescentou.
Abe, cuja coalizão venceu as eleições no Senado no mês passado, prometeu revitalizar a economia, aumentar a postura defensiva do Japão e rever a Constituição. Os eleitores temem seus pontos de vista constitucionais, mas saúdam suas políticas econômicas.
Marcada pelas cores vívidas de Miyazaki, a história do engenheiro Jiro Horikoshi é o primeiro filme do diretor centrado em uma figura histórica e eventos reais.
Grande parte da ameaça está mascarada pela subtrama romântica, enquanto o trabalho de Horikoshi no Zero aparece como um esforço nobre de um homem apaixonado por aviões e voo. Esse é um amor compartilhado por Miyazaki, cujo pai fabricava partes de aviões.
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