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"Elysium" mostra que desigualdade chegou a níveis de ficção científica

Mary Milliken

De Los Angeles (EUA)

07/08/2013 19h50Atualizada em 31/08/2013 14h03

O cineasta Neill Blomkamp e o protagonista Matt Damon queriam, acima de tudo, entreter o público com "Elysium", suspense de ficção científica cheio de ação. Mas se os espectadores também puderem refletir sobre soluções para a pobreza e a desigualdade, bom, aí seria um bônus.

"Elysium", que estreia nos Estados Unidos nesta sexta (9), não é a típica superprodução hollywoodiana para o verão. E Blomkamp, sul-africano que chamou a atenção com seu primeiro longa, "Distrito 9", não é um diretor típico.

Afinal, naquele filme ele usava o tema da invasão alienígena para falar de xenofobia e segregação na África do Sul, um conceito inovador que lhe rendeu quatro indicações ao Oscar em 2010, inclusive de melhor filme.

"Elysium" retrata dois mundos distintos no ano 2154, uma Terra doente e superpovoada, e Elysium, estação espacial onde uma elite vive em mansões bem cuidadas e onde o câncer é curado em segundos.

"Todo mundo que não tem essa riqueza a quer e vai tentar tê-la, e o Primeiro Mundo provavelmente irá tentar se aferrar a ela, e a coisa vai ficar mais sombria", disse o diretor, de 33 anos, em entrevista. "O que você, como membro da plateia, acha que deve ser feito?"

Para Damon, a premissa do filme não é absurda.

"Se você olhar a diferença entre o bilhão mais pobre do planeta Terra e os 10 milhões mais ricos, o contraste é tão gritante quanto viver em uma estação espacial e viver em um centro urbano do Terceiro Mundo", disse o ator.

Trailer legendado do filme "Elysium"