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"Eu era um maníaco", diz Vin Diesel sobre vida há dez anos

Mary Milliken

Da Reuters, em Beverly Hills

04/09/2013 13h27

Com sua voz grave e olhar penetrante, o astro de ação Vin Diesel vai para um lugar profundamente escuro como o personagem Riddick, no terceiro capítulo da série de filmes sci-fi, nove anos depois de "A Batalha de Riddick".

Em "Riddick 3", que estreia sexta-feira nos EUA, o personagem ex-presidiário de Diesel deixa seu mundo confortável como líder da corrida mortal Necromonger para procurar sua terra natal. Uma vez traído e dado como morto, ele resolve reconstituir-se, tanto física como moralmente, mas deve vencer a batalha contra os animais e caçadores de recompensas.

"Riddick 3" é o segundo lançamento este ano de Diesel, que teve sua primeira grande chance no filme de Steven Spielberg "O Resgate do Soldado Ryan", mas agora é mais conhecido como Dominic Toretto da série de alta octanagem "Velozes e Furiosos". "Velozes e Furiosos 6" já arrecadou cerca de 800 milhões dólares em todo o mundo este ano e "Velozes e Furiosos 7" será lançado no ano que vem.

Depois de fazer perguntas sobre o que vai acontecer na Síria, o ator de 46 anos reclinou no sofá e conversou com a Reuters sobre as dificuldades de intepretar Riddick, o desafio de conseguir uma barriga de cerveja e o que fazer com 46 milhões de seguidores no Facebook.

Reuters: Você está mais velho, mais sábio, mais calmo. Na verdade, como você era há 10 anos?

Vin Diesel: Eu era um maníaaaaacoooooo!

R.: Então é um bom momento para você interpretar um Riddick mais contemplativo e isolacionista?

V.D.: Claro, em vários níveis. E ainda, como um pai, é um pouco mais difícil de conseguir esse tempo para ficar mais obscuro. Na minha vida pessoal, eu estava percebendo que ia ter um filho e isso foi o suficiente para mim, para não pressionar para fazermos Riddick antes (em 2010)... Você não pode ser Riddick e receber uma nova vida. Não seria justo para o público e não seria justo com a criança.

R.: Por que você acha que Riddick ainda faz sucesso com o público?

V.D.: Todos nós podemos nos identificar com um personagem que foi descartado, deturpado, mal interpretado, esquecido. Sabemos que ele tem uma grande capacidade e ainda assim é apenas alguém considerado um criminoso. Para sempre vamos pensar nele como alguém no sistema penal. Em algumas ocasiões, quando as coisas ficam mesmo feias, você depende dele mais do que qualquer coisa no mundo. Acho que é isso que faz dele um anti-herói tão interessante.

R.: Você mantém uma constante em sua preparação física ou você tira um tempo sem malhar? Caso sim, o que você faz no seu tempo livre?

V.D.: Você está vendo agora mesmo. (Ele então deita no sofá).

R.: Você faz um bom trabalho em proteger a sua vida privada.

V.D.: Graças a Deus.

R.: Qual é a importância disso para o sucesso de seu trabalho?

V.D.: Eu sou da escola de Nova York de atores --a de Niros, Denzels e Pacinos-- que foram sempre muito quietos sobre suas vidas, ao contrário da abordagem mais Hollywood, que é mais aberta. E ainda há uma mudança que você sente em toda a indústria, que é o advento das mídias sociais... As pessoas esperam ouvir de você, de alguma forma que as deixemos entrar. Mas as pessoas são muito respeitosas com a minha privacidade. Meus amigos sempre falam sobre o fato de que eu nunca saio, nunca vou a tapetes vermelhos, não vou a eventos na tentativa de gerar imprensa. Mas, ao mesmo tempo, tenho desenvolvido uma relação muito íntima com 46 milhões de pessoas (nas redes sociais). E isso muda tudo.