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Último filme de Paul Walker, "13° Distrito" tem buracos na trama de ação

Rodrigo Zavala

Do Cineweb, em São Paulo*

18/06/2014 18h32Atualizada em 18/06/2014 18h59

Antes de morrer em um acidente de carro no final de 2013, o ator Paul Walker já havia terminado de rodar "13° Distrito", refilmagem de produção homônima francesa de 2004, roteirizada por Luc Besson. E estas parecem ser as únicas razões para este filme ser lançado no Brasil nesta quinta-feira (19).

Com um sucesso de público modesto na França e ínfimo ao redor do mundo, o original ainda teve uma sequência em 2009, tão irregular quanto o primeiro. Mesmo assim, Luc Besson encontrou nos EUA quem quisesse se arriscar em uma versão americana. Resultado: o filme não conseguiu nem se pagar por lá.

Com a história adaptada para os Estados Unidos, troca-se Paris por Detroit. Em algum lugar do futuro, a periferia da cidade é isolada e são construídos muros para separar ricos e pobres. O Distrito 13, como fica conhecido o local fortificado, é praticamente outra cidade, sob as leis dos criminosos liderados por Tremaine Alexander (o produtor e rapper RZA).

Aqui, há duas narrativas paralelas. A primeira é de Lino (o francês David Belle que fez o mesmo papel no original e aqui é dublado por Vin Diesel, porque não fala bem inglês), que mora no distrito e acaba sendo perseguido pelo vilão. Para encontrá-lo, Alexander sequestra a namorada do rapaz (Catalina Denis). Antes de salvá-la, Lino acaba preso do lado de fora do 13°, graças à conivência de policiais corruptos.

Em seguida é apresentado o oficial Damien Collier (Walker), que trabalha como agente infiltrado em grupos de narcotraficantes. Por mérito, é escolhido pelo prefeito de Detroit para uma missão perigosa: uma bomba de nêutrons caiu nas mãos de Alexander e ele deve ir até o Distrito para desativá-la, antes que toda a cidade seja destruída.

Trailer legendado de "13° Distrito"

Collier arma um plano para resgatar Lino, para que este o ajude a entrar no 13° e localizar o explosivo. Ao mesmo tempo, auxilia o rapaz a encontrar e resgatar sua namorada. O que eles não sabem é que o prefeito tem seus próprios planos diabólicos.

Com cenas de ação nada além de convencionais, a história tem tantos buracos que é praticamente impossível levá-la a sério.

Chega a ser engraçado quando Alexander coloca o dispositivo nuclear em um foguete para jogá-lo de volta, ou as reuniões entre o prefeito e empresários para lá de maus (brindando a morte de centenas de pessoas), e a falta de cidadãos no Distrito 13.

Luc Besson, que escreve roteiros de ação em ritmo industrial (já anunciou o sexto "Carga Explosiva" e o terceiro "Busca Implacável"), tem uma produção irregular, como se vê aqui. Até mesmo a crítica nada velada a políticas de exclusão de governos, que não asseguram direitos básicos às zonas periféricas, cai no vazio.

Pelo menos, o trabalho de Paul Walker não termina com esta produção, mas sim no sétimo "Velozes e Furiosos" (franquia que o tornou famoso), cujas filmagens serão concluídas com a ajuda de seus irmãos Caleb e Cody nas cenas finais. A estreia está prevista para abril de 2015.

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb