Protagonizada por uma zebra, animação "Khumba" exagera nos clichês
Um raríssimo exemplar da animação sul-africana, "Khumba", que estreia nesta quinta (3), é cheio de boas intenções e um colorido vibrante —pena que uma dezena de filmes anteriores já se valeram dessa mesma boa vontade e dessa mesma paleta de cores. O protagonista, que dá título ao filme, é uma zebra que nasceu com metade do corpo sem listras, e, por isso, é o patinho feio do seu grupo.
O filme é lançado no país em cópias convencionais e em 3D —apenas na versão dublada.
Anthony Silverston, diretor do filme e responsável pelo roteiro com mais seis roteiristas, pega um pouco emprestado de "Era do Gelo", mais um pouco de "Madagascar", e, para finalizar, "Bambi". A falta de chuva na região onde moram Khumba e seu grupo é creditada à ausência das listras no animal.
E, quando sua mãe morre, a jovem zebra sai pelo mundo em busca de uma fonte de água, que também o transformará numa zebra completa, ou seja, com todas as listras.
O pai dele, Seko, chefe do grupo, e sua namorada Tombi, saem em busca dele, mas Khumba já está do outro lado da cerca. Seu caminho se cruza com o de outros animais —todos com características bastante clichês, típicas de humanos.
Entre eles, um leopardo cego de um olho, chamado Pango, que persegue os outros animais. A zebrinha encontrará amigos no cachorro selvagem nervosinho e falador, Sodré, numa gnu esperta e com instintos maternais à flor da pele, Dona V, e uma avestruz neurótica, a Rebordosa.
"Khumba" segue os caminhos mais óbvios da jornada desse herói, que, quando busca uma fonte de água, que afinal é apenas um símbolo, acaba descobrindo e aceitando a si mesmo como é. Nada que outros filmes não tenham já tenha feito à exaustão e, tecnicamente, de forma mais competente.
O diretor e seus colegas roteiristas parecem confiar demais no fator fofura dos personagens, que deve agradar às crianças e entediar não poucos adultos.
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