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Comediante Jon Stewart fala sobre estreia na direção com "Rosewater"

O comediante Jon Stewart se apresenta no Concert for Sandy Relief no Madison Square Garden, em Nova York. O evento, que reuniu diversos músicos e comediantes, foi transmitido para o mundo inteiro pelo YouTube e levantou fundos para auxiliar as vítimas do furacão Sandy, que assolou a costa oeste dos EUA em outubro - Lucas Jackson/Reuters
O comediante Jon Stewart se apresenta no Concert for Sandy Relief no Madison Square Garden, em Nova York. O evento, que reuniu diversos músicos e comediantes, foi transmitido para o mundo inteiro pelo YouTube e levantou fundos para auxiliar as vítimas do furacão Sandy, que assolou a costa oeste dos EUA em outubro Imagem: Lucas Jackson/Reuters

Mary Milliken

De Los Angeles (Estados Unidos)

03/09/2014 12h03

Depois de apresentar o humorístico noturno "The Daily Show" durante 15 anos, o comediante Jon Stewart se acostumou com um ritmo frenético que diz “perdoar mancadas”. Agora que fez seu primeiro filme de maneira mais meticulosa, ele espera que não se trate de uma prova ainda mais definitiva de sua própria idiotice.

A estreia por trás das câmeras é o drama "Rosewater", a história do jornalista canadense nascido em Teerã Maziar Bahari, preso e torturado no Irã por um homem que cheirava a água de rosas (rosewater, em inglês). Stewart defendeu a libertação de Bahari e depois o convidou ao seu programa.

Stewart, de 51 anos, conversou com a Reuters sobre o homem que o comoveu e sobre a responsabilidade que sentiu ao contar a história.

Pergunta: Como você acha que a plateia de Toronto irá reagir a "Rosewater"?

Resposta: Espero que se identifiquem com Maziar. Ele foi colocado em uma situação extraordinária, e sua capacidade de preservar sua humanidade em meio ao que aconteceu é o que o torna extraordinário. E preservar sua capacidade de ainda perceber coisas absurdas. Ele é um cara muito esperto, e recuperar isso foi sua maneira de recuperar sua humanidade. Talvez também o custo da opressão. O filme no fim das contas trata disso, não somente para os que são detidos, mas para os que perpetram isso. O preço é alto para os dois lados.

Por que você decidiu assumir a direção e o roteiro, ao invés de passá-los para alguém que domina o assunto?

Acho que porque me senti muito ligado ao tema. Nos aproximamos logo no início, quando Maziar me pediu que me envolvesse ainda na fase de provas do livro (de memórias de Maziar). A ideia era controlar o material da melhor maneira possível. Enviamos o material para um ou outro roteirista. Eu achava a história muito relevante e não queria que fosse o tipo de filme que você vê 15 anos depois. Ele saiu assim, talvez, pela impaciência com o processo de desenvolvimento do filme, que é mais contemplativo do que eu imaginava.

Qual foi o desafio que mais fez você cair na real?

Honestamente, acho que foi sentir a responsabilidade de não fazer uma cagada no filme. Senti que Maziar estava confiando em mim com uma coisa muito pessoal para ele. Tenho um afeto tremendo pelo cara e queria lhe fazer justiça.

Ouvi dizer que você estava filmando na Jordânia e quando ligou a televisão no quarto do hotel viu passando um filme de Aasif Mandvi (correspondente do 'Daily Show') Aasif Mandvi.

Aasif? Espere, como você sabe disso? Achei que ele era a única pessoa para quem eu disse isso.

Ele me pediu para não contar a você onde eu ouvi.

Ah meu Deus, isso é hilário.