Al Pacino interpreta músico decadente em "Não Olhe Para Trás"
O roqueiro inglês Steve Tilston teve que esperar quarenta anos para descobrir, infelizmente depois da morte dele, que o beatle John Lennon havia lhe escrito uma carta.
Revelada em 2010, a história inspira o roteiro da comédia dramática "Não Olhe Para Trás", escrita e dirigida por Dan Fogelman, um experiente roteirista e estreante na direção. O longa estreia nesta quinta (16).
Na ficção, toma-se grande liberdade em relação ao ponto de partida, mudando tudo, a partir do nome do roqueiro, aqui Danny Collins (Al Pacino).
Como na vida real, o que suscitou a carta de Lennon foi uma entrevista em que o jovem músico, então iniciando a carreira, manifestava o medo de que o sucesso e o dinheiro comprometessem sua inspiração.
Lennon escreveu uma carta tranquilizadora, assinada por ele e Yoko Ono e deixando seu telefone. A carta, que fora encaminhada à revista que o entrevistou, no entanto, nunca chegou às suas mãos, a não ser décadas depois.
No filme, quem finalmente descobre a carta é o empresário de Danny, Frank Grubman (Christopher Plummer), dando-a como presente de aniversário. No fim de uma festa regada a muita bebida e drogas, Danny vê a carta como uma lembrança de um passado perdido, em que ele sonhava ser um roqueiro original.
Ao contrário disso, tornou-se um sucesso, amparado em baladinhas fáceis e melosas e mantém sua riqueza com turnês em que seus velhos fãs praticamente o obrigam a cantar sempre as mesmas coisas.
O centro da trama é a tentativa de Danny de se reencontrar consigo. Ele se instala num hotel, põe um piano no quarto e tenta compor algo diferente dos últimos anos. Annette Bening interpreta a gerente do hotel, inserindo um divertido contraponto na anarquia de Danny. Algumas das melhores cenas do filme pertencem aos dois.
Ao mesmo tempo, Danny também procura resgatar uma culpa do passado, quando abandonou um filho. Hoje, Tom (Bobby Canavale) é adulto, casado com Samantha (Jennifer Garner) e com uma filha pequena, Hope (Giselle Eisenberg) e não quer ver o pai nem pintado.
Neste núcleo familiar, localizam-se os maiores conflitos, que se desenrolam sem excesso de sentimentalismo. No final, "Danny Collins" é uma história emotiva, mas bem menos clichê do que se poderia esperar.
Não é pouca coisa contar com Al Pacino e sua inesgotável energia —fazendo graça de si mesmo com um figurino para lá de cafona, mas tomando conta das nuances de um personagem menos óbvio do que parece.
Assista ao trailer legendado de "Não Olhe Para Trás"
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