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Amor conquista a todos em filme sobre caso histórico dos direitos civis nos EUA

Julien Pretot

De Cannes (França)

16/05/2016 21h22

Uma história sobre um casamento interracial banido poderia ter sido uma oportunidade de ouro para um tenso drama de julgamento, mas o diretor norte-americano Jeff Nichols optou por um filme de amor emocionante, agora disputando a Palma de Ouro, o principal prêmio do Festival de Cinema de Cannes.

Nichols, elogiado pela crítica por dramas de suspense como "O Abrigo" e "Midnight Special", desafiou as expectativas em "Loving" ao focar no poder do amor que enfrenta todas as probabilidades, em vez de massacrar o público com política racial.

O filme tem como base a história verdadeira de um homem branco e uma mulher negra da Virgínia, nos Estados Unidos, que se casaram em Washington, em 1958.

Quando eles voltaram para casa, eles foram primeiro presos e depois banidos porque o casamento interracial era proibido na Virgínia daquela época, quando a segregação racial era comum nos EUA. Eles se mudaram para Washington e enfrentaram dificuldades para se adaptar à vida na cidade.

Advogados levaram o caso deles para a Suprema Corte, que decide em 1967 que a regra da Virgínia era inconstitucional, uma decisão histórica que termina com todos os limites raciais para casamento nos EUA.

"Ele é muito não Hollywood no sentido que em certos momentos alguém muito envolvido com Hollywood poderia ter reajustado a verdade para fazê-lo mais Hollywood", disse o ator australiano Joel Edgerton, que interpreta Richard Loving, à imprensa nesta segunda-feira (1¨).

"Havia algo tão simples sobre a verdade que isso nos deu uma orientação muito boa para encontrar o nosso caminho na história".