Filme "1984" volta aos cinemas em manifesto contra "fatos alternativos"
Quase 200 salas independentes de cinema nos Estados Unidos vão exibir nesta terça-feira (4) o filme baseado no romance "1984", de George Orwell, sobre um futuro distópico, no que os organizadores dizem ser um manifesto contra o governo do presidente dos EUA, Donald Trump.
O livro de 1949, que retornou à lista de best-sellers dos EUA em janeiro, apresenta um governo "Big Brother" que espia seus cidadãos e os força a "pensar duas vezes", ou simultaneamente aceitar versões contraditórias da verdade.
Os organizadores do United State of Cinema disseram que as exibições foram organizadas para "defender os nossos valores mais básicos: a liberdade de expressão, o respeito pelos nossos semelhantes e a simples verdade de que não existem fatos alternativos".
O romance britânico foi reimpresso em janeiro, décadas depois de ter sido escrito, depois que o governo Trump defendeu "fatos alternativos", um termo que a funcionária da Casa Branca Kellyanne Conway usou durante uma polêmica sobre o tamanho da multidão na posse de Trump.
Adam Birnbaum, diretor de Programação de Cinema do Avon Theater Film Center em Stamford, Connecticut, e co-organizador do evento, disse que os temas de Orwell são tão relevantes hoje como eram há quase 70 anos.
O filme, feito em 1984 e estrelado por John Hurt e Richard Burton, será exibido em 44 Estados. Também será mostrado em cinco locais no Canadá, um na Inglaterra, um na Suécia e um na Croácia.
Birnbaum, que vai exibir o filme no Avon Theater Film Center na terça-feira, disse que vários dos cinemas têm programado discussões após a exibição do filme.
"Pelo, esperamos que as pessoas continuem a ser vozes de oposição a algumas das práticas que estão sendo empregadas atualmente pelo governo", disse ele.
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