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Academia do Oscar adota código de conduta após casos de assédio

O produtor Harvey Weinsten discursa no jantar pré-Oscar da produtora The Weinstein Company, em fevereiro de 2017 - Rich Polk/Getty Images for The Weinstein Company
O produtor Harvey Weinsten discursa no jantar pré-Oscar da produtora The Weinstein Company, em fevereiro de 2017 Imagem: Rich Polk/Getty Images for The Weinstein Company

Jill Serjeant

De Los Angeles (EUA)

07/12/2017 18h28

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, responsável pelo Oscar, adotou um código de conduta e alertou seus membros de que pretende exonerar quem ignorar as novas regras.

O código de conduta, enviado a mais de 8.000 membros no final da quarta (6) e à imprensa nesta quinta (7), vem na esteira da expulsão do produtor de cinema Harvey Weinstein da Academia em outubro, devido a acusações de assédio e agressão sexual feitas por mais de 50 mulheres.

Weinstein, que negou ter feito sexo não-consensual com qualquer pessoa, foi somente a segunda pessoa a ser excluída da Academia em seus 90 anos de história. A Reuters não conseguiu verificar as acusações imputadas a Weinstein.

As acusações foram seguidas por várias outras envolvendo assédio e agressão sexual contra atores, produtores de cinema, diretores e agentes de talentos que abalaram Hollywood. Figuras de renome da mídia e da política também têm enfrentado acusações semelhantes.

Kevin Spacey, vencedor do Oscar e integrante da Academia, pediu desculpas por um incidente de suposta conduta sexual inadequada, mas não se pronunciou a respeito de acusações feitas por mais de 30 outras pessoas.

Desde então ele foi retirado da série "House of Cards", da Netflix, e suas cenas no filme ainda inédito "Todo o Dinheiro do Mundo" foram regravadas por outro ator. A Reuters não conseguiu verificar as acusações contra Spacey. 

A carta enviada na quarta-feira pela presidente da Academia, Dawn Hudson, que incluiu o código de conduta, também disse que uma força-tarefa criada pela entidade está trabalhando para "finalizar procedimentos para tratar de alegações de má conduta, de forma que possamos abordá-las justa e prontamente". Nem a carta nem o código mencionaram qualquer nome.

O código de conduta diz que "não há lugar na Academia para pessoas que abusam de seu status, poder ou influência de maneira que viole padrões reconhecidos de decência".