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Aventura

O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema [resenha-data-cadastro]
Nota 5

Realmente nunca houve um caso semelhante. Não apenas um filme que foi feito simultaneamente em três partes (ou seja três filmes que no fundo são um único). E que ainda por cima tem todos eles uma versão mais longa (ou estendida como se usa agora dizer) que sai não apenas em DVD (por enquanto, apenas nos EUA), mas também nos cinemas. Ou seja, uma obra tão monumental que é difícil mesmo classificá-la.

O fato é que essa honraria tornou mais fácil para a Academia votar neste terceiro "O Senhor dos Anéis" como Melhor Filme do Ano (um caso inédito, como filme do gênero Aventura-Fantasia. Antes "O Poderoso Chefão" foi também indicado em suas três partes como Melhor Filme e ganhou nas duas primeiras. Só que não era um único filme como aqui). O que deixou sem dúvida os fãs jovens felizes principalmente depois do debacle e decepção com os dois últimos "Matrix".

E quem poderia imaginar que esse filme tão bem-sucedido fosse feito por um neozelandês que começou fazendo fitas de terror sanguinolentas? Quem poderia apostar em Peter Jackson? (a pergunta cabe também para a produtora New Line que teve a coragem de investir mais de 300 milhões de dólares na empreitada. Se o primeiro fracassasse isso significaria a falência da produtora. Eles arriscaram realmente o pescoço). Será que "O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei" é tão bom assim? Só esqueci de mencionar que o filme está cheio de frases pomposas, ditas de boca cheia, à beira do ridículo.

Era difícil vencer a maldição do fim de trilogia, que atingiu "Star Wars", "De Volta para o Futuro" e até "Matrix". Todos eles decepcionaram na conclusão. Mas isso não sucede com o terceiro e último "Senhor dos Anéis", talvez porque os três filmes tenham sido rodados ao mesmo tempo com uma visão única do diretor Peter Jackson. De qualquer forma, ele não derrapa no capítulo final. Consegue até mesmo fazer um filme mais longo (3h20) mesmo com cortes profundos (muita gente reclama da ausência de Christopher Lee que será visto apenas na versão estendida que sairá depois em DVD nos EUA). E que continua a não cansar.

Só tem mesmo um defeito que todos estão apontando: o excesso de finais. Há pelo menos meia dúzia que vão se sucedendo, talvez porque haja muito a costurar. Mesmo assim incomoda um pouco, principalmente o último final (que é dispensável, já tinham dito tudo antes). Mas é o de menos diante da grandeza da empreitada.

O filme ganhou todos os 11 Oscars a qual foi indicado, batendo alguns recordes (é o que mais ganhou Oscars na história da Academia, empatando com "Titanic" e "Ben-Hür") - os prêmios são Melhor Filme, Direção, Roteiro Adaptado, Maquiagem, Figurino, Direção de Arte, Montagem, Trilha Musical, Canção, "Into the West", Som e Efeitos Visuais.

A grande figura do elenco é sem dúvida Gollum (que aqui usa seu nome verdadeiro, Smeagal, aliás o filme acerta abrindo com a cena em que ele feito pelo ator Andy Serkis, luta pelo anel e aos poucos vai se transformando no monstrengo). Mas se antes a figura criada digitalmente já era excelente desta vez consegue ficar ainda melhor. Muita gente se emociona com filme, até chorando (achei que Jackson forçou um pouco a mão, chegando a puxar um pouco demais pelo sentimental). Preferi admirar sua competência como realizador em seqüências que eram aguardadas, ou temidas, e não decepcionam.

É excepcional a seqüência da luta contra a aranha Laracna e impressionante a participação do Exército de Mortos que são convocados por Aragorn. Naturalmente as cenas de batalha são espetaculares. Portanto fica muito pouco a criticar fora as omissões (justificadas), as explicações (os flash-backs são necessários para relembrar detalhes que um ano depois já não estão tão presentes na cabeça do espectador) e os diversos finais. O fato de "O Senhor dos Anéis" ter dado certo em condições tão adversas (basta se ver a quantidade de erros e fracassos que Hollywood produz a cada ano), adaptando uma obra tão difícil e monumental é realmente um fato a ser louvado e celebrado. Tanto que certamente os fãs, antigos e novos ainda vão querer assistir as outras edições.

De qualquer forma, "O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei" é uma perfeita conclusão para uma grande trilogia.

Resenha por Pablo Raphael

Pablo Raphael

Da redação [resenha-data-cadastro]
Nota 5

Não há como discutir a qualidade de ''O Retorno do Rei'', o filme que encerra a trilogia ''O Senhor dos Anéis''. Os números impressionantes que acompanham a obra - foram gastos quase 300 milhões de dólares na produção simultânea dos três filmes - são justificados com a execução primorosa e detalhista da visão do diretor neozelãndes Peter Jackson. ''O Retorno do Rei'' levou os 11 Oscars ao qal foi indicado: Melhor Filme, Direção, Roteiro Adaptado, Direção de Arte, Figurino, Maquiagem, Montagem, Trilha Musical, Canção (com ''Into the West''), Som e Efeitos Visuais. Assim como no filme anterior, ''As Duas Torres'', Peter Jackson tomou algumas liberdades para melhor adaptar a história de ''O Senhor dos Anéis'' e as escolhas do diretor, que arriscou despertar a fúria dos fãs da obra literária, se mostraram acertadas. O resultado é um filme ágil, com grandes sequências de ação e batalhas épicas, que atingem seu climáx na batalha do Campo de Pellenor - a cavalgada dos Rohirrim para "a morte e o fim do mundo" é arrepiante ainda hoje - e a destruição do Um Anel na Montanha da Perdição. A versão estendida torna a conclusão de ''O Senhor dos Anéis'' ainda mais completa. Com 48 minutos adicionais vindos das 23 cenas estentidas e 9 cenas novas, o diretor Peter Jackson conseguiu explicar melhor alguns eventos que são apenas pincelados no filme original, como a cena nas Casas de Cura, que ao mesmo tempo encerra a relação de Aragorn (Viggo Mortensen) e Éowyn (a australiana Miranda Otto) e aproxima a donzela de Roham e Faramir (David Wenham). Na versão original, o casal simplesmente aparece junto na coroação do Rei e sua relação fica subentendida por meras trocas de olhares. Para a versão estendida foram incorporados 350 novos efeitos especiais e novas músicas foram compostas por Howard Shore e interpretadas pela Orquestra Filarmônica de Londres. Essa edição de ''O Retorno do Rei'' é acompanhada de vasto material extra, com comentários do diretor, documentários sobre os livros e sobre a produção do filme, um olhar mais profundo sobre os vilões e monstros e até um conceito abandonado, no qual Aragorn lutaria com Sauron. Há galerias com comentários dos artistas, com mais de 2000 imagens e um apaixonado tributo do elenco em sua despedida à Terra-Média e aos personagens que marcaram suas carreiras tanto quanto a imaginação do público. Em 2003, o crítico Rubens Ewald Filho escreveu ao UOL que ''O Retorno do Rei'' era uma perfeita conclusão para uma grande trilogia. A chegada da versão estendida e todos os seus extras não diminui o valor do filme original, mas complementa a obra e presta um serviço perfeito aos seus fãs. E no Bluray? A Warner estima que uma edição em Bluray da versão estendida de ''O Senhor dos Anéis'' deve ser lançada em 2011. Há, entretanto, um box com os três filmes disponíveis para essa mídia, sem cenas adicionais e com alguns extras. ''O Retorno do Rei'' conta com documentários sobre a produção, trailers do cinema e sports de TV, além de uma cópia digital do filme para download.

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