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Ficha completa do filme

Suspense

Dupla Identidade (2009)

Resenha por Sérgio Alpendre

Sérgio Alpendre

Da redação 17/09/2010
Nota 3
Dupla Identidade

O tema do falso culpado é muito explorado pelo cinema desde que Hitchcock o elevou a motivo nobre do suspense. Alguns dos maiores filmes foram feitos sob essa premissa, com destaque para "Intriga Internacional" e "O Homem Errado", ambos do mestre inglês, mas outros diretores se saíram muito bem com o tema, e outro exemplo bem sucedido é "O Fugitivo", de Andrew Davis.

Junte-se ao tema do falso culpado um outro tema bem presente no gênero, o da dupla identidade, e temos uma combinação com meio caminho andado para a consagração, bastando apenas uma mão firme da direção, atores decentes e um roteiro competente para não ficarmos no "quase".

Neste filme dirigido por Dennis Dimster-Denk, Val Kilmer é o doutor que atua pela instituição Médicos Sem Fronteiras em Sofia, na Bulgária, e ao socorrer a mulher de um amigo em uma área isolada pelo exército é confundido com um espião.

As coisas irão se embaralhar ainda mais e obviamente o doutor irá se afundar por conta própria numa trama que envolve mafiosos da extinta União Soviética e um poderoso cartel de diamantes. Além, claro, do par romântico que faz, meio sem querer também, como quase tudo no filme, com uma bela búlgara chamada Katrina.

O ponto fraco é o roteiro, cheio de soluções sem sentido e viradas que não encontram apoio na realidade, mas somente na necessidade de causar reviravoltas.

Podemos notar também a direção temerosa de Dimster-Denk, que não sabe bem o que fazer com o formato scope (o mais retangular possível atualmente), nem com o "quase" astro Val Kilmer, que, à beira da caricatura, não convence como médico, nem como interessado em Katrina.

"Dupla Identidade" precisaria ser esvaziado de algumas ideias infames para realmente entreter. Precisaria também de um cuidado maior com a estética, para não se parecer com um dos inúmeros suspenses que passam na TV aberta, cuja adulteração do formato (do scope para a tela cheia) mal faz diferença. Do jeito que saiu, parece mais uma salada mista sem tempero, um gigantesco "quase" cinematográfico.

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