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Ficha completa do filme

Drama,Romance

Nova York, Eu Te Amo (2009)

Resenha por Débora Costa e Silva

Débora Costa e Silva

Da redação 29/10/2010
Nota 3

''Essa cidade está cheia de surpresas'', diz uma das personagens do filme ''Nova York, Eu Te Amo''. A frase sintetiza os doze curtas-metragens que integram o longa, o segundo do projeto ''Cities Of Love'' (Cidades do Amor, em tradução livre), que teve início com ''Paris, Eu te Amo'' (2006). O filme é mesmo repleto de surpresas - o que não significa que elas funcionam em todos os casos.

Os desfechos inusitados podem dar mais graça a uma história, mas, por terem sido empregados em boa parte dos enredos que compõem a produção, perderam a força. O espectador acaba se viciando no modelo e se preparando para a ''surpresa da vez''.

As doze histórias de amor são ambientadas na cidade e cada uma tem cerca de cinco minutos. Cada curta tem direção e roteiro próprio, mas diferentemente da versão francesa do projeto, apresenta uma novidade interessante: o diretor Randy Balsmeyer ficou encarregado de dirigir e escrever cenas de transição, que se encaixam entre um curta e outro.

Se por um lado essas transições podem confundir um pouco o espectador em relação ao início e ao término de cada história, por outro dão mais dinâmica ao filme, com cenas de trânsito e de encontros relâmpago nas ruas, nos bares e nos táxis, sem a sensação de interrupção.

Outro elemento que ajuda a costurar as histórias é uma personagem cinegrafista (Emilie Ohana, que também participou da versão francesa do projeto), que filma o cotidiano de Nova York e encontra e interage com os personagens dos outros curtas.

O elenco conta com nomes conhecidos e até consagrados, como Andy Garcia (que vive um batedor de carteira), Natalie Portman (que interpreta uma judia e também assina a direção de um dos curtas), Julie Christie, Ethan Hawke (como um escritor galanteador que lembra seu personagem Jesse, de ''Antes do Amanhecer'' e ''Antes do Pôr-do-Sol''), Bradley Cooper, Cloris Leachman e outros.

Entre os curtas, predominam as histórias de primeiros encontros, como a do rapaz que leva em sua formatura uma cadeirante que sonhava em ir a um baile, e há as bem humoradas, como a da prostituta que é paquerada pelo homem que a ajudou a acender o cigarro. Entratanto, há exceções, como o enredo delicado dirigido por Portman que destaca a relação entre pai e filha e a trágica história do pintor que se encanta por uma herbalista chinesa.

Entre as histórias mais comoventes, uma delas foi escrita por Anthony Minghella, que morreu antes de poder dirigi-la. O curta tem Julie Christie, que encarna uma cantora já aposentada que contracena com Shia LaBeouf, no papel de um deficiente físico que lhe traz violetas enquanto ela pensa em suicídio. Há ainda, no curta de Joshua Marston, um casal de veteranos, vividos por Cloris Leachman e Eli Wallach, que passeiam pela cidade em seu 62º aniversário de casamento.

Apesar da repetição do fator surpresa, os curtas que integram o filme ''Nova York, Eu Te Amo'' não caem no clichê de exaltar de forma publicitária os pontos turísticos da cidade. O foco é nas pessoas que vivem em Nova York e na maneira como a diversidade entre elas incrementa e enriquece as relações.

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