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Ficha completa do filme

Suspense

Enterrado Vivo (2010)

Resenha por Sérgio Alpendre

Sérgio Alpendre

Da redação 18/02/2011
Nota 1

Um dos maiores horrores que atormentam uma pessoa é a possibilidade de ser enterrada viva. Talvez seja também por isso que os crematórios tem tido um aumento considerável de movimento nos últimos anos.

No cinema, tal possibilidade escabrosa assombrou espectadores de alguns filmes, dos quais podemos destacar "A Desaparecida", filme do holandês George Sluizer que foi refilmado por ele mesmo nos EUA, com o título de "O Silêncio do Lago", no qual a namorada de um viajante é sequestrada, e só no final sabemos que ela foi enterrada viva por um maníaco, e "Kill Bill Vol.2", de Quentin Tarantino, que mostra Uma Thurman dentro de um caixão, a dar golpes de caratê na tampa, deixando escapar a terra que a cobre e possibilitando, enfim, sua escapada.

"Enterrado Vivo", do diretor espanhol Rodrigo Cortés, acompanha algumas horas da vida de um empreiteiro americano (Ryan Reynolds) em trabalho no Iraque, justamente as horas em que ele fica preso num caixão colocado debaixo da terra em algum lugar deserto. Seu comboio sofreu ataque de uma milícia iraquiana, e ele tem junto dele um celular e um isqueiro, instrumentos que pode usar para tentar escapar dali.

Alguns acontecimentos agravam sua situação. Em certa altura, uma serpente invade o caixão por uma fresta na madeira, e ele tem de se virar para eliminar ou afastar a serpente, que depois de muita ginástica acaba saindo pelo mesmo lugar por onde entrou. A terra que cai por algumas frestas na tampa fazem piorar a sensação de claustrofobia, e prejudicam a respiração, tornando o oxigênio ainda mais raro ali dentro.

Mas o pior é desespero das ligações. O celular vem configurado em árabe, e até ele descobrir como mudar a língua, já perdeu alguns pontos valiosos da bateria. Os números que digita quase nunca dão em alguma coisa, quando não servem para deixá-lo ainda mais desesperançado. Para piorar, a empresa que o contratou o despede na hora, para não se responsabilizar pela morte iminente.

Nesse momento fica clara a principal intenção do filme, já esboçada em conversas telefônicas anteriores: denunciar o descaso e a incompetência de algumas instituições, o FBI, por exemplo, e a crueldade e a ganância das grandes corporações. O mundo capitalista é podre, parece nos dizer Cortés. O personagem vivido por Ryan Reynolds (em uma "tour-de-force" impressionante) que o diga.

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