Depois de uma sucessão de produções ambiciosas ("O Homem da Capa Preta", "Lamarca", "Canudos", "Mauá"), o diretor Sérgio Rezende realizou esse filme pequeno e muito pessoal, com roteiro dele mesmo, equipe modesta, sem astros e com orçamento mínimo, mas resultando excelente, tecnicamente impecável, um dos melhores do diretor.
São três histórias universais, lidando com sentimentos primários (inveja, medo, ciúme), sempre com personagens humildes do interior do Brasil que trabalham com as próprias mãos (o filme ia se chamar "Foice, Veneno e Machado") e para quem, como diz Rezende, não existe Marx nem Freud.
Os três episódios têm ritmo perfeito, atuações impecáveis (em especial Genésio de Barros no segundo), clima constante. Ajuda bastante a trilha musical de David Tygel, que foge completamente da sonoridade rural convencional.
Um filme que teve curta temporada nos cinemas e agora pode ser redescoberto. Ganhou o prêmio do público em Gramado em 2000. O diretor Rezende faz um pequeno papel como o fazendeiro do segundo episódio.