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Ficha completa do filme

Drama,Aventura

A Montanha Sagrada (1926)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2006
Nota 1

O diretor alemão Arnold Fanck (1889-1974) está hoje praticamente esquecido, relegado a notas de rodapé em textos sobre o cinema mudo alemão. Mas nas décadas de 20 e 30 seus filmes extremamente documentais, inteiramente rodados em cenários naturais, geralmente montanhas (Fanck era geólogo por formação), causavam sensação por seu realismo e audácia, em uma época em que quase tudo era feito em estúdio.

Este é um dos cinco filmes que Fanck fez com a então atriz e dançarina Leni Riefenstahl (1902-2003), que aproveitaria o que aprendeu com ele para se tornar a grande diretora de documentários que floresceu sob o nazismo, realizando as obras-primas do gênero (apesar da temática altamente condenável) "O Triunfo da Vontade" e "Olympia".

Leni faz aqui uma dançarina de vanguarda muito sexy que leva à perdição dois amigos alpinistas. Mas o enredo melodramático e minimalista é apenas uma desculpa para mostrar deslumbrantes tomadas dos Alpes, picos e tempestades, arrojadas competições de esqui (e também, claro, sensuais números de dança com Leni).

O filme ficou mais de um ano em produção devido ao tempo ruim e a recusa de Fanck em usar trucagens e cenários, e ainda impressiona pelo visual, ainda que não pela história, lenta e ingênua pelos padrões atuais.

Não é, portanto, para todos os públicos, mas está acima da mera curiosidade. A cópia muito boa, com viragens (tingimentos a cores), ajuda.

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