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Ficha completa do filme

Drama,Guerra

Napoleão (1927)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 25/03/2008
Nota 5

Apesar de celebrado em menor escala que Griffith ou Eisenstein, o francês Abel Gance (1889-1981) foi também um dos pioneiros do cinema, um mestre repleto de inventividade e vontade de experimentar. Sua carreira é julgada essencialmente apenas por sua obra-prima, essa ambiciosa biografia de Napoleão, que vai até o primeiro grande triunfo do imperador, sua campanha na Itália.

Mística e reverente, a obra é muito ajudada pela magnética atuação de Albert Dieudonné (1889-1976), que foi tão afetado pelo papel que depois só o repetiria, dando palestras sobre Napoleão e por fim tendo alucinações em que se tornava o próprio imperador!

Mas é mesmo pelo virtuosismo técnico do filme que Gance entrou para a história usando fusões e sobreposições de imagens, câmera ágil (por vezes na mão ou pendurada para dar rasantes sobre a ação), montagem dinâmica e criativa, uma iluminação dramática, numa técnica sempre em favor da narrativa e não gratuitamente. Traz ainda a lendária tela tríplice, pré-Cinerama e Cinemascope, que Gance batizou de Polyvision, com três imagens captadas por câmeras diferentes projetadas lado a lado, proporcionando um efeito de widescreen.

O próprio Gance interpreta o sanguinário Saint-Just e o poeta Antonin Artaud faz Marat. Cheio de 'high lights' - a guerra infantil de bolas de neve, a batalha de Toulon ou a Revolução durante o Terror -, o filme ainda impressiona, principalmente por trazer a excelente versão (das 19 diferentes montadas desde o lançamento) restaurada em 1981, após duas décadas de trabalho, pelo historiador Kevin Brownlow, com seqüências tingidas a cores e trilha musical de Carmine Coppola.

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema [resenha-data-cadastro]
Nota 1

Produzido para a TV francesa (em co-produção com outros países europeus), sai aqui em versão reduzida pela metade (no original eram quatro episódios de 90 minutos cada), o que dificulta uma avaliação.

É uma produção relativamente grande (evita cenas de multidão, como em sua coroação, mas mostra bem cenas de batalha) e estrelada pelo comediante Clavier (e fica muito difícil aceitá-lo num personagem a sério, dramático, resta sempre um ar gaiato).

Estranhamente esta versão é falada em inglês (o que não convence, já que tudo é muito francês) e centrada mais no romance de Napoleão com Josefina (feita por Isabella), sem esconder suas infidelidades, mas também o amor do casal. Depardieu faz papel secundário e quem registra melhor é Malkovich, que faz um maquiavélico Talleyrand. Fazia algum tempo que não víamos uma biografia do personagem e esta é apenas razoável (ao menos nesta versão).

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