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Ficha completa do filme

Documentário

O Triunfo da Vontade (1934)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2003
Nota 5

O célebre documentário que foi muito imitado e proibido, tornando célebre a diretora Leni Rienfenstahl (1902-2003). Antes dela, nunca foi filmado com tanta pompa e esplendor (a cópia está especialmente boa) uma demonstração de força dos nazistas, com tanto fervor e fanatismo que três anos depois iriam resultar na 2ª Guerra Mundial.

Com legendas para todos os discursos, e, que também identifica os personagens (embora o segundo em comando Hess, seja chamado de Deputado de Hitler), o filme se tornou hoje um notável documento de um momento e de uma época. Pode-se ver a figura ridícula e carismática de Hitler, que realmente se parece com Carlitos e estranhar como ninguém na época era capaz de dizer que seus discursos eram panfletários e idiotas, sua figura patética e toda a manifestação de força exagerada e estúpida.

No entanto, essa loucura matou milhões de pessoas. Leni se defendeu a vida inteira dizendo que apenas registrava os fatos, mas não parece haver dúvidas de que ajudou a encenar a festa, conseguindo cortes e seqüências notáveis, com uso brilhante de archotes, reações de platéia, movimentos de câmera. Não há como negar de que ela é uma grande cineasta e revolucionou o gênero, impossível ser tão inocente assim. Afinal, é basicamente uma peça de propaganda. No mínimo, era do Mal.

O filme, que não tem diálogos, apenas discursos e letreiros ocasionais, já começa nos céus, com a comitiva chegando de avião e depois acompanha as festividades. Tudo tem a pompa da Ópera de Wagner. Nem por isso, é menos perigoso. E ainda pode influenciar mentes despreparadas.

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