Este filme da Paramount teve origem em uma peça de Arthur Hopkins chamada "Burlesque", um sucesso com Barbara Stanwyck e que já tinha tido uma versão cinematográfica mais dramática no mesmo estúdio em 1929, "A Dança da Vida" ("The Dance of Life").
Nesta nova versão, o elegante e sofisticado diretor, hoje pouco lembrado, Mitchell Leisen (1898-1972), investiu mais no humor para aproveitar os múltiplos talentos de Carole Lombard (1908-42). Ela faz com seu brilho habitual os dois tempos da personagem, o primeiro cômico, em que encontra um trompetista às vésperas de sair do exército (Fred MacMurray, também em ótima performance), que mora com um amigo aloprado (Charles Butterworth) e não tem muitas ambições. Eles se casam e ela o estimula a ir para Nova York tentar o sucesso na Broadway. Só que quando chega lá, ele se envolve com um ex-caso sem escrúpulos (Dorothy Lamour) e esquece da esposa.
Leisen põe tudo na medida certa, sem exagero, e o filme nunca cai no melodrama nem se torna pesado, explorando bem ainda os bons diálogos e coadjuvantes (que incluem o jovem Anthony Quinn como um panamenho briguento que não fala inglês). Uma ótima oportunidade de conhecer Carole, de quem há pouca coisa em circulação no Brasil. Infelizmente a cópia é muito fraca, tirada de uma matriz em péssimas condições. O filme teve ainda uma versão, mais musical, com Betty Grable e Dan Dailey, "Quando o Amor Sorri" ("When My Baby Smiles At Me", 1948).