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Ficha completa do filme

Comédia

Família Exótica (1937)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2006
Nota 1

O francês Marcel Carné (1909-96) é venerado quase que exclusivamente por sua obra-prima, o poético "O Boulevard do Crime" ("Les Enfants du Paradis", 1945). O resto de sua muito irregular filmografia é pouco visto, sem títulos em circulação. Essa comédia maluca, do começo de sua carreira e seu primeiro sucesso, ajuda a preencher essa lacuna.

Um dos seis filmes que Carné faria em parceria com o roteirista Jacques Prévert (e que estão entre os melhores do diretor), é uma farsa tipicamente francesa, repleta de equívocos, com toques de humor negro inglês (e que também lembra as screwball comedies americanas), cujas confusões giram em torno do botânico atrapalhado, feito com graça por Michel Simon (1895-1975), de "O Atalante de Jean Vigo", acusado absurdamente pelo primo bispo de matar a esposa (a então já veterana estrela francesa Françoise Rosay).

Mas ele tem uma vida secreta como misterioso autor de livros policiais, e tenta se inocentar passando-se por ele. Piadas com o clero hipócrita, a polícia incompetente, o populacho que quer ver sangue, tudo muito leve e sutil, para sorrir e não para gargalhar.

Mais curiosidade do que grande clássico, mas com excepcional elenco, vale a pena conhecer. O grande ator do teatro francês, Jean-Louis Barrault (1910-94), faz aqui um bizarro e excêntrico maníaco assassino, protagonizando até uma rápida cena de nudez. Jean Marais faz uma pequena pontinha como vítima de um assalto. Cópia restaurada, muito boa.

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