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Ficha completa do filme

Drama

Argélia (1938)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2006
Nota 1

A cópia ruim estraga um dos encantos desse filme, a elaborada fotografia indicada ao Oscar, cheia de sombras, meio-tons e contrastes, do mestre James Wong Howe, que torna ainda mais mítica e metafórica a claustrofóbica Casbah, onde se esconde Pepe Le Moko (ou seja, o Marroquino). Era um papel adequado para o charme muito francês, sombrio e frio, de Charles Boyer (1897-1978) em um de seus maiores sucessos (e que lhe valeria uma indicação ao Oscar). Ele se divide entre a francesa, (feita pela austríaca) a belíssima Hedy Lamarr, em sua estréia no cinema americano (que lhe deu direito inclusive a uma entrada de estrela) e a bela e exótica Sigrid Gurie, que teve pequena carreira nos anos 30 e 40.

É uma refilmagem da obra-prima "O Demônio da Algéria" ("Pepe Le Moko", 1937), de Julien Duvivier, que traz Jean Gabin no papel central. Esta versão, mesmo inferior, não desaponta graças à direção cuidada, cheia de pequenos detalhes inventivos, do grande artesão John Cromwell (1888-1979) e ainda é um clássico romântico, cheio do exotismo oriental versão Hollywood que habita o imaginário de todos nós. O filme foi indicado ainda ao Oscar de Ator Coadjuvante, para Gene Lockhart, Direção de Arte e Fotografia. Foi refilmado depois como musical, estrelado por Tony Martin e Yvonne de Carlo, "Casbah, O Reduto da Perdição" ("Casbah", 1948). O animador Chuck Jones se inspirou neste filme para criar seu personagem Pepe Le Pew (Pepe Le Gambá). Daqui também surgiu a famosa frase do filme, que na verdade, não é dita: Come to me the Casbah!

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