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Ficha completa do filme

Comédia

Sr. e Sra. Smith (1941) (1941)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2005
Nota 1

Fazia parte da versão americana do box "Alfred Hitchcock (1899-1980)" que foi lançado no Brasil esse filme, permitindo esta edição duvidosa, sem os extras originais. Perderam assim também a possibilidade de ligá-lo a sua refilmagem (em termos, só em nome), o "Sr. e Sra. Smith" com Brad Pitt e Angelina Jolie (2005).

Faz falta o excelente Making of original da Warner e ainda cria confusão, chamando o filme na capinha de "Sr. e Sra. Smith", em vez de colocar o título original brasileiro, "Um Casal do Barulho", escondido na contra-capa e no menu do DVD.

Este é apenas o terceiro filme americano do diretor nascido na Inglaterra, realizado por ele à pedido de sua grande amiga, a estrela Carole Lombard (1908-42). Foi o penúltimo filme dela, que era esposa de Clark Gable e morreria no ano seguinte em um desastre de aviação, voltando de uma excursão de venda de bônus de guerra.

Era um tipo de comédia absolutamente estranha ao universo de Hitchcock, e um dos filmes que ele trata com mais desinteresse em seu conhecido livro de entrevistas realizadas pelo diretor francês François Truffaut (que devia concordar com ele, pois questiona sobre o filme aparentemente apenas para registrá-lo). E dá mesmo para perceber seu desinteresse e a ausência de sua habitual inventividade visual e narrativa (ainda que algumas de suas marcas registradas, como banheiros e refeições com implicações eróticas, estejam presentes).

Mas o roteiro do especialista no gênero Norman Krasna tem seus méritos (apesar de se perder um pouco no terceiro ato) e oferece ótimos momentos para o casal problemático, formado por Carole (que era uma excepcional comediante) e Robert Montgomery (1904-81), hoje mais lembrado como o pai de Elizabeth Montgomery, a Feiticeira.

E ainda para os coadjuvantes Gene Raymond (1908-98), marido de Jeanette MacDonald e que teve uma pouco expressiva carreira. Ou seja, ainda que não seja uma das obras-primas do genial diretor ou da comédia romântica, é engraçado e funciona bem (inclusive no divertido plano final com os esquis).

Nem que seja só para ver Carole, que tem pouca coisa disponível em DVD, já vale a pena. Hitchcock faz sua habitual aparição já quase no meio do filme, passando na calçada em frente ao prédio do casal.

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