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Ficha completa do filme

Drama

Boulevard do Crime, O - Primeira e Segunda Época (1943)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2002
Nota 4

Votado pelos profissionais do cinema francês em 1990 como "O maior filme francês de todos os tempos". Uma fita lendária que começou a ser rodada durante a Ocupação Nazista da França, sendo interrompida, depois recomeçada nos estúdio em Nice (alguns trabalharam na clandestinidade e só mais tarde puderam assinar seu trabalho).

Outros foram perseguidos e mortos. Certas cenas foram rodadas em segredo. A estrela Arletty foi acusada de colaboracionista por ter se apaixonado por um oficial alemão e terminou a vida cega mas reabilitada.

Escrita por um famoso poeta francês, Jacques Prévert (o segundo roteiro para o diretor Carné), que chegou a ser indicado ao Oscar. Uma super-produção que é basicamente uma homenagem à presença mítica do Teatro. Ela começa com uma cortina fechada, o aviso deque o espetáculo vai começar e depois conta em dois tempos (ou atos), a saga de um triângulo amoroso entre três atores no começo do século 19 em Paris, recriando o tipo de espetáculo que se usava (como no Théatre de Funambules, com Arlequim, Pierrot e a Deusa!).

Parece que a proposta é mostrar que "os filhos do paraíso" são os próprios franceses - na verdade, refere-se ao povo que fica nas galerias dos teatros, que desfilam pelo boulevard livres e rebeldes (a fita foi supervisionada por oficiais da Ocupação que não podiam imaginar que houvesse paralelos com o momento em que viviam).

A heroína é Garance, entre o amor e o dinheiro, assumindo sua paixão por Deburau (Barrault que foi um dos maiores nomes do Teatro francês do século, foi treinado para seu personagem de mímico por Ettienne Decroux que faz o pai dele na fita).

O filme tem admiradores fanáticos na qual não me incluo. Não gosto particularmente do elenco feminino, de mulheres feias, com grandes olheiras e nenhuma fotogenia. Nem todo o estilo de interpretação, nem mesmo acho que o filme acrescente muito nem sequer sobre a natureza humana, muito menos como um ataque claro aos Ocupantes nazistas. Sou porém minoria. A fita tem muitos admiradores que o defendem como um perfeito filme de época, o equivalente à uma novela de Balzac. Confira e decida você mesmo.

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