Um filme lendário que existe em cópia em domínio público de má qualidade, mas esta é boa, considerando a origem e época. A fita teve problemas com a censura quando o produtor milionário Howard Hughes resolveu transformar em estrela a novata Jane Russell (para quem desenhou um soutien para acentuar seu busto). O escândalo fez com que a fita custasse a ser lançada nos cinemas (quando saiu, Jane já tinha feito outros filmes e virado estrela) e tivesse problemas com censura. Mas a verdade é que ela é muito casta, mal se vê Jane ou seu busto, numa participação toda secundária.
A leitura mais comum é que além da moral de que no Oeste uma mulher valia menos que um cavalo (Billy troca a garota pelo cavalo) há também uma leitura homoerótica. Billy entra entre Doc e Pat, provocando ciúmes (a amizade entre o homem mais velho e o mais novo é muito estranha e nem sempre convincente, mas só falta gritar: "beija, beija!"). Isso é acentuado por Billy, feito por outro novato Beutel que é meio afeminado (ele não fez carreira) e bonitinho demais. A única cena forte com Jane mal se vê (ela salva o rapaz esquentando-o com o corpo para tirar a febre).
Hawks começou a dirigir mas não agüentou os atrasos e imposições de Hughes largando tudo. Mas isso explica o roteiro de nomes famosos (Jules Furthman, Ben Hecht, Hawks), a trilha musical de Victor Young que ficou famosa, a Fotografia do grande Gregg Toland, Richard Farnsworth fazendo os stunts. Mas não tem muita ação e não é um western convencional. A cópia restaurada tem realmente 117 minutos e um final que contraria os fatos históricos.