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Ficha completa do filme

Drama

À Noite Sonhamos (1945)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2004
Nota 3

Uma cópia muito ruim, cheia de riscos e sem nitidez, obviamente tirada de um VHS de má qualidade, prejudica este clássico da Columbia (distribuidora que se recusa a lançar filmes antigos no Brasil). Mas que estava entre os mais pedidos nas locadoras. É uma pena a edição ruim, sem extras, nem qualidade.

O filme é um perfeito kitsch hollywoodiano, onde se aproveita o tema para fazer discurso em favor da liberdade da Polônia (então sob o domínio nazista, afinal foi a invasão dela que provocou a Segunda Guerra e logo mais tarde, pelos russos novamente). Também é um erro total a escolha do novato Cornel Wilde, que tem jeito de jogador futebol americano, grande e forte e em momento nenhum parece pálido ou sofrendo de tuberculose. No entanto o público tanto aceitou isso, como não percebeu o overacting inacreditável de Paul Muni do papel do professor de Chopin (por causa dele, o filme fica até desequilibrado e podia se chamar "O Professor de Chopin"). Só Merle tem uma figura estranha e bonita, que apesar de certos penteados discutíveis, ainda impressiona.

O filme se sustentava por uma produção bastante luxuosa (ainda mais em tempo de guerra e num estúdio relativamente pobre) e principalmente na excelente trilha musical com grandes obras do compositor interpretadas ao piano (Cornel dubla até bem mas quem toca mesmo é o maestro José Iturbi, que depois faria vários musicais da Metro). A fita teve indicações ao Oscar de Argumento (creditado a Ernst Marischka, que depois faria as fitas de Sissi), Fotografia, Trilha Musical (Miklos Rosza), Ator (Wilde), Montagem e Som. Naturalmente a história contada tem pouco a ver com a verdadeira história de Chopin. Isto é Hollywood.

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