Hollywood costumava ter mão pesada para biografar os músicos clássicos, geralmente retratados em filmes pretensiosos e sentimentalóides. Este é acima da média. Dirigido e produzido com sua habitual eficiência pelo bom artesão Clarence Brown (1890-1987) na Metro, tem humor e leveza que valorizam o roteiro teatral, que romanceia os personagens mas é razoavelmente fiel aos fatos.
Clara Schumann era mesmo a mulher excepcional e adiante de seu tempo, interpretada por Katherine Hepburn (que treinou com uma pianista profissional para reproduzir com perfeição as performances de Clara, dublando o piano de Arthur Rubinstein). O resto do elenco também é superior e valoriza o conjunto (apesar de Robert Walker parecer um pouco deslocado como o alemão Brahms).
Os românticos amarão o final. A estrelinha juvenil Gigi Perreau faz a filha mais velha dos Schumann. A cópia é tirada de VHS, mas não está entre as piores disponibilizadas pela distribuidora.