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Ficha completa do filme

Romance

O Rio Sagrado (1951)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2006
Nota 3

Deve ser bonito o livro original de Rumer Godden, que também fez a adaptação, uma espécie de "Vida de Menina" indiano. Na época não era comum ainda rodar fitas coloridas, principalmente em ambientes exóticos da Índia.

Por isso, envelheceu a narrativa estática, artificial, que não se refere à política (na época uma coisa importante, por causa do recém domínio britânico da Índia), nem preconceitos e esbarra bem de leve nas relações entre ingleses e nativos (a vizinha é filha de um branco mas vai se casar com indiano de casta mais alta).

Narrado em off por uma das garotas, o filme é delicado mas convencional e pouco dramático. Também o elenco é muito discutível (o canastrão que faz o capitão é americano e nunca mais fez outro filme depois deste). Esmond, que faz o pai sem um olho, realmente perdeu um deles na batalha do Bismark. Apenas Adrienne que faz Valerie teve uma carreira consistente depois. Ganhou um Prêmio Internacional em Veneza, concorreu ao BAFTA.

A fita tem uma origem muito curiosa, foi produzida por um florista amador, Kenneth McEldowney, que era casado com uma publicista da MGM. Quando ele reclamou dos filmes do estúdio ela o desafiou a fazer melhor. Ele topou e vendeu tudo o que tinha, e de 1947 a 51 se dedicou a rodar este filme, que em Nova York ficou 34 semanas num único cinema com lugares reservados e teve ótimas críticas.

Depois disso, Kenneth nunca mais fez outro filme. A fotografia é de Claude Renoir, sobrinho do diretor; o desenho de produção do famoso russo Eugene Lourié ("Luzes da Cidade" e filmes de Renoir).

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