A Viúva Alegre (1952)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2005

Nota 1

A distribuidora capricha na displicência, maior ainda que a habitual, ao lançar essa cópia ruim tirada de um VHS e que sequer tem os créditos iniciais. É ainda pior por se tratar de um clássico, uma das obras-primas do gênio da comédia sofisticada e sarcástica Ernst Lubitsch (1892-1947), que merecia edição superior.

É uma suntuosa produção da Metro, ganhadora do Oscar de Direção de Arte, uma mistura de romance, humor e sátira política, repleta de boas idéias (em especial no delicioso humor visual de Lubitsch), e com várias doses de cinismo, bem acima do que seria o normal nos filmes de Jeanette no estúdio.

Foi um dos últimos filmes dessa primeira fase americana do francês Maurice Chevalier (1888-1972), que logo voltaria para a Europa e só retomaria a carreira Hollywoodiana em meados da década de 50. Na época ele era o epítome da sofisticação e charme (apesar do público de hoje provavelmente ter dificuldades em visualizá-lo como o galã que ele era), e funciona bem no papel e ao lado de sua parceira habitual Jeanette, nunca tão bonita e bem vestida (por Adrian) como aqui.

Também os coadjuvantes Edward Everett Horton e Una Merkel ajudam bastante, e o filme, ácido e ainda atual, não pode deixar de ser visto, mesmo nessa edição capenga. Foi fracasso de bilheteria por causa de seu luxuoso orçamento.