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Ficha completa do filme

Drama

Umberto D. (1952)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2003
Nota 5

Uma das obras-primas do cinema Neo-Realista. O filme preferido de Sica. Ele o dedicou a seu pai que também se chamava Umberto. Embora tenha sido total fracasso de bilheteria, talvez por tratar de assuntos nada comerciais, como a velhice e a pobreza. Agora, nesta cópia restaurada, confirma-se sua poesia e extraordinária humanidade.

Diz Sica: "É meu filme favorito, pois nele me comprometi totalmente com a retratação de personagens e acontecimentos verdadeiros. Procurei, com grande humildade, adotar o estilo verdadeiro, poético e límpido de Robert Flaherty. Umberto é um velho e tem os defeitos do idoso. Teria sido mais fácil mostrá-lo sentimental e patético para atrair a simpatia do público. Mas não o fizemos. Sua vida passada não é revelada. O que importa é que com 70 anos, um solitário próximo do fim da vida que faz dele um velho quase insuportável. O filme procura colocar na tela o drama da inabilidade do homem de se comunicar com seus iguais. O que importa é a solidão do velho. Trata também sobre o egoísmo de todos nós. Há um pouco de cada um de nós no personagem da dona da pensão. Umberto D. é um homem como todos nós".

Interpretado por atores não profissionais (Batisttini era um professor aposentado, e a única que teve certa carreira foi Maria Pia que interpreta a empregadinha da pensão, a única amiga do herói). O filme é extremamente digno, mas não deixa de ter momentos tocantes como quando Umberto tenta pedir esmola, ou assusta seu amigo Flike tentando se jogar de baixo do trem. Indicado ao "Oscar de Roteiro" (de Cesare Zavattini), ganhou como "Melhor Filme de Língua Estrangeira" de 1955 pelos "Críticos de Nova York".

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