Amor na Tarde (1957)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2002

Nota 4

Originalmente da Allied Artists, esta comédia delicada e discreta, parece uma homenagem que Wilder (1906-2002) fez à seu mentor e amigo Lubitsch. O filme é uma declaração de amor à Paris, através de um roteiro divertido e encantador (dele e de I A L Diamond), mas que pode decepcionar o público atual, acostumado a situações mais ousadas e grosseiras.

É verdade que Cooper (1901-61) parece velho demais para o personagem (que seria mais adequado para Cary Grant) e parece até embaraçado com as situações, mas ainda assim o filme foi grande sucesso, ressuscitando a carreira de Chevalier (1888-72), que faz o pai de Audrey e havia sido astro nos 30 e que a partir desta fita fez "Gigi" e trabalharia até o fim de sua vida.

Traz de volta também a valsinha "Fascination". Audrey (1929-93) está charmosa e deliciosa como sempre. Curiosamente, a censura da época obrigou o diretor a colocar no final a frase narrada por Chevalier para dar uma conclusão moralista à fita.