UOL Entretenimento Cinema
 

Ficha completa do filme

Drama,Terror

Olhos Sem Rosto (1959)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2006
Nota 1

Estômagos fracos devem fugir desse clássico francês de terror, meio horror, meio ficção-científica, dirigido pelo ex-cenógrafo de teatro e afamado diretor de curtas-metragens Georges Franju (1912-87), que teve uma curta mas extremamente interessante filmografia de longas.

Explícito e sanguinolento pelos padrões da época (o que é atenuado pela fotografia em preto e branco), com ecos do expressionismo alemão e do teatro Grand Guignol, é uma variante trágica das histórias de cientista louco, envolvendo culpa, remorso, crueldade e amoralidade, mas tudo com um toque de poesia.

Principalmente pelo uso de uma máscara delicada que encobre o rosto descarnado. Em um conjunto com clima bem sombrio e angustiante, cujo impacto torna-se maior ao lidar com o dia-a-dia, sem elementos sobrenaturais ou fantasiosos. Ou seja, que podia ocorrer com qualquer um.

Pouco conhecido no Brasil, Franju nos é apresentado por um de seus melhores trabalhos, em edição que traz cópia muito boa e também um de seus famosos curtas, o chocante e repugnante "Sangue das Bestas" ("Le Sang des Bêtes", 1948), sobre os matadouros de Paris, que faz um contraponto entre a vida e a beleza da cidade e a selvageria desses estabelecimentos. Inédito comercialmente no Brasil.

Compartilhe:

    Siga UOL Cinema

    Sites e Revistas

    Arquivo