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Ficha completa do filme

Guerra

O Álamo (1960)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2004
Nota 4

Primeiro filme dirigido pelo astro Wayne (o segundo e último sendo "Os Boinas Verdes", de 1968), um sonho de muitos anos devido a seu extremo interesse pelo episódio. Isso se refletiu numa quase que absoluta idealização, transformando-o numa ode a lealdade e fidelidade ao sonho de liberdade, com pouco respeito pela autenticidade histórica.

Mas Wayne aprendeu alguma coisa observando os mestres Ford e Hawks e o filme funciona bem como aventura de guerra, com bom ritmo, seqüências de ação empolgantes e elenco eficiente (com toques de humor vindos dos coadjuvantes, exatamente como Ford fazia e usando alguns dos mesmos atores freqüentemente usados por ele). Isto, aliás, ajudou a criar a lenda de que Ford teria dirigido partes do filme, senão todo: na verdade o veterano (e muito difícil de lidar) diretor apenas visitou o set e, a pedido de Wayne, dirigiu poucas tomadas de segunda unidade, que em sua maioria não foram aproveitadas.

Wayne não abusa da posição de produtor/diretor (sua entrada não é de astro e na cena crucial onde os voluntários decidem quem ficará para lutar ele é dos últimos a aderir) e dá bastante espaço para Widmark e Harvey. Além disso, apesar de suas conhecidas posições direitistas, Wayne fugiu de patriotadas e, a maneira de Ford, se concentrou mais nos aspectos humanos da situação e nas relações entre os personagens, inclusive evitando mostrar como vilões os mexicanos (até criando um inverídico momento onde o líder deles ordena uma trégua para que as mulheres e crianças saiam do local).

O filme teve uma campanha publicitária para o Oscar desastrosa (que sugeria que assisti- lo ou não era uma questão de patriotismo) e foi um tremendo fracasso, uma grande decepção para Wayne (custou doze milhões de dólares e rendeu menos de oito).

Indicado para sete Oscars (Coadjuvante Chill Wills, Fotografia, Montagem, Canção, Trilha Musical e Filme), ganhou apenas o de Som. Mas envelheceu bem e hoje, sem a sombra das posições políticas do diretor, funciona como o que é: uma mistura de western e aventura de guerra bem realizada e empolgante.Em 2004, teve uma nova versão de John Lee Hancock que foi um fracasso ainda maior.

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